Emigrantes com o coração em Fátima

Há uma parcela “viva” da Igreja de Portugal dispersa pelo mundo que, nos mais diversos recantos e latitudes, honra não apenas a língua e cultura portuguesas, mas, de uma maneira especial e única, testemunha a fé em Jesus Cristo, no amor à Eucaristia e na devoção a Maria: a “branca senhora” que merece todas as peregrinações, novenas, tríduos e festas. As comissões de emigrantes portugueses ou mistas – com a colaboração das paróquias locais – estão a ultimar os preparativos litúrgicos e espirituais, a concluir a divulgação junto dos mais afastados da Igreja, a recolher os últimos patrocínios e dinheiros e a organizar a festa popular que habitualmente serve de coreografia inter-religiosa à festa dos cristãos. É a tradição e o coração de um povo peregrino que afirma a sua identidade! Este ano, tudo está a ser preparado nas Comunidades Portuguesas com maior afinco e beleza, devido à celebração solene do 90° aniversário das Aparições e Mensagens da Virgem, em Fátima, sob o lema da “imensa Misericórdia de Deus”. Há também muitos emigrantes que, individualmente ou em grupo, estão a preparar a sua viagem para participar na Peregrinação Aniversária dos dias 12 e 13 de Maio, devido à efeméride dos 90 anos das Aparições. Na verdade, em sintonia com o que acontece um pouco por todo o nosso país, é também ao redor de Fátima que se assiste às maiores concentrações de portugueses no estrangeiro. Em algumas igrejas, sobretudo, na Europa, é particularmente, por esta altura que os templos, catedrais, capelas e santuários registam a maior afluência anual de fiéis. São muitas as dioceses e Conferências episcopais a reconhecer – algumas infelizmente um pouco tardiamente – o grande potencial evangelizador da religiosidade popular e do testemunho de integração dos portugueses, e de outros emigrantes lusófonos. As Missões Católicas de Língua Portuguesa e os seus missionários – padres, religiosas e leigos – que aceitaram servir o Evangelho, no sector da mobilidade humana, quase à semelhança dos missionários “fidei donum” – uma das expressões solidárias da cooperação eclesial – foram os mediadores insubstituíveis duma evangelização baseada no acolhimento dialogado, no sentimento religioso e interacção na mesma comunidade cristã, constituída por povos e culturas diferentes. Como sinal da solicitude pastoral da Igreja em Portugal e como símbolo concreto da cooperação missionária entre igreja de acolhimento e de partida, este ano, como de costume, foram vários os bispos e sacerdotes que, a convite das Igrejas locais e patrocinados pelos próprios emigrantes, aceitaram deslocar-se à “diáspora lusa” para animar, catequizar e presidir às celebrações, em honra de Maria, a mãe de todas os itinerários para Cristo. Autênticos “sinais” e “elos” da comunhão efectiva entre igrejas! Cada vez mais, se difunde entre as Comunidades Portuguesas também a comunhão na oração e a devoção aos beatos Francisco e Jacinta, assim como a admiração pela santidade de Ir. Lúcia. Eles são o exemplo concreto e “tradutores” fiéis da vivência evangélica da Mensagem de Fátima para o mundo. A OCPM tem conhecimento da deslocação de vários bispos às Comunidades Católicas Portuguesas, entre outros: D. António Vitalino (a Wiltz, no Luxemburgo, a Yvry, na França e Newark, nos Estados Unidos da América), D. Serafim Ferreira e Silva (a Lourdes e Meaux, na França), D. Antonio Rafael (a Lamazana, em Andorra), D. Januário Torgal Ferreira (a Jersey, nos Estados Unidos da América) e de D. Ilídio Leandro (a Werl, na Alemanha).

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