Emergência e reconstrução, prioridades da Igreja em Myanmar

Testemunho do arcebispo Charles Bo Reforçar a distribuição de ajuda de emergência às vítimas e preparar a reconstrução dos meios de vida das comunidades afectadas, são as prioridades da Igreja Católica em Myanmar, um mês após a catástrofe que ocorreu no passado dia 2 de Maio, causada pelo ciclone Nargis. O Comité de Ajuda à Emergência da Igreja em Myanmar conta há duas semanas com o apoio de uma equipa de especialistas, que está a fazer a avaliação das necessidades mais urgentes das áreas afectadas e a organizar o plano de reconstrução. A Cáritas Internacionalis acaba de divulgar uma carta enviada de Myanmar, redigida pelo arcebispo de Yangon, Dom Charles Bo, que coordena o Comité de Ajuda à Emergência, após a sua recente visita a várias áreas afectadas. «Na segunda-feira, dia 2 de Junho, começou o ano escolar em Mianmar. Contudo, muitas crianças não têm escola onde ir» – afirma o arcebispo – muitas destas crianças «perderam, também, os seus pais e os seus lares». O arcebispo visitou diversas áreas atingidas pelo ciclone e reuniu-se com as famílias desalojadas; muitas destas regiões ficaram sem escolas. «O horror do ciclone ainda persegue as crianças. Muitas delas choram à noite ou quando chove. Temem o pior e revivem o trauma da noite de 2 de Maio.» «Até agora, pouca ajuda chegou a estas comunidades. Durante as duas primeiras semanas, o único auxílio que estas pessoas receberam foi o da Igreja Católica. Disseram-me que sem esse apoio não poderiam ter sobrevivido. Até agora, o governo apenas distribuiu duas latas de arroz por pessoa, por dia, o que não é suficiente para as pessoas que permaneceram nas zonas afectadas.» «Após ter reunido com as vítimas do ciclone ‘Nargis’, e ter visto as condições em que estão a viver, um mês após o desastre, esta visita provocou em mim, muita angústia mas, também, esperança. As pessoas estão a sofre e precisam de uma grande ajuda para sobreviverem e poderem reconstruir as suas vidas.» «Contudo, sinto-me optimista perante a importante missão que a Igreja pode realizar para aliviar essas necessidades. É esse o objectivo que devemos perseguir, trabalhando juntos ao serviço dos necessitados, da maneira mais eficaz e empregando as nossas melhores capacidades», concluiu o arcebispo Charles Bo na sua carta.

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Agência ECCLESIA

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