Os trabalhadores cristãos portugueses reuniram-se de 10 a 12 de Junho de 2004, no Centro Sócio – Pastoral da Diocese de Viseu, para o XII Congresso Nacional da LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento Trabalhadores Cristãos). A ocasião foi aproveitada, segundo o Coordenador Nacional do Movimento, António Soares, para reflectir sobre a necessidade de uma presença católica nesta área da sociedade. “Nós queremos empenhar-nos nas causas que provocam mais dificuldades às pessoas: nós os cristãos temos uma responsabilidade especial na transformação da sociedade”, confessa à Agência ECCLESIA. Tendo como objectivo principal “Testemunhar a Esperança, Construindo um Mundo mais Justo e Humano”, estiveram presentes cerca de duzentos delegados e participantes, oriundos das diversas Dioceses do Continente. “Não podemos ficar parados, à espera de que aconteça um milagre: se as coisas estão mal, há que transformar”, explica António Soares. O Congresso culminou um longo trabalho de reflexão e análise à sociedade portuguesa, abordando de forma particular o agravamento da crise social que se regista bem como as suas consequências para a classe operária. “A nossa análise parte do que as pessoas vivem e sentem”, assegura o Coordenador nacional. A iniciativa deu claros sinais de que a LOC/MTC continua “a olhar para o futuro”, como aponta António Soares. “Temos de estar sempre atentos às novas realidades que vão aparecendo, porque o que vivemos ontem surge-nos hoje como um desafio novo”, afirma. “Este movimento é um compromisso constante e para toda a vida, não para uma idade determinada: tivemos em Viseu pessoas dos 26 aos 82 anos, por exemplo. Para construir um mundo mais justo e humano é precisa uma acção constante”, vinca António Soares. A questão da idade é algo que não preocupa este responsável, para quem a LOC/MTC “é um movimento de adultos, contínuo, em que se está ao longo de vários anos”. O Congresso da LOC/MTC aprovou um plano de acção, a concretizar no triénio 2004 / 2007 que contempla como campos de acção prioritários a acção “por um trabalho justo, digno e reconhecido para todos”. Os mais de duzentos delegados e participantes esperam que nos próximos três anos o Movimento possa “promover e defender os direitos sociais, partilhar as riquezas e humanizar a economia”. O documento final do encontro alerta ainda para a necessidade de valorizar a família, exigir um ensino de qualidade e pugnar por um desenvolvimento humano e sustentado. Ainda no âmbito do Plano de Acção foram aprovadas algumas recomendações a levar à prática no interior do Movimento e foram aprovadas duas Moções sobre “A Saúde em Portugal”, onde se escreve que “a actual política da saúde é um total desastre para a maioria dos cidadãos em especial para os mais pobres”, e outra intitulada “Por uma Europa dos cidadãos, mais social, mais solidária e construtora da Paz”, em que o Movimento pede que “o trabalho readquira a sua dignidade, a precariedade dê lugar a empregos mais valorizados, a formação ao longo da vida seja assegurada e a distribuição das riquezas se faça de forma mais equitativa e justa”. Foram reeleitos o Coordenador Nacional, António Pereira Sousa Soares, da Diocese de Lisboa, e a Vice-Coordenadora Maria Virgínia Costa e Sousa, da Diocese do Porto.
