O regime democrático permite reavaliar de forma periódica os destinos do Estado. No próximo dia 5 Junho, Portugal terá nova oportunidade para se manifestar e escolher o rumo que pretende seguir.
Se a participação na vida pública é uma faculdade de cada cidadão no exercício da sua cidadania, nas actuais circunstâncias em que Portugal se encontra, o envolvimento de cada português nos destinos do País torna-se sobretudo um dever. Independentemente do sistema eleitoral existente, é inegável que o voto de cada português pode fazer a diferença. E mais do que o voto, a participação activa no processo eleitoral que se aproxima torna-se uma contribuição necessária e inestimável para o País.
Com a convocação de eleições legislativas para Junho, abriu-se a cada português um vasto leque de formas de participação no futuro político do seu País. A título de exemplo, esta participação pode traduzir-se na apresentação de ideias, sugestões e recomendações que podem ser endereçadas aos Partidos Políticos e Movimentos Associativos, na análise e discussão dos Programas de Governo apresentados por cada Partido Político, na participação activa numa campanha eleitoral que se pretende esclarecedora e construtiva, nos debates informados com aqueles que nos rodeiam e, claro, no exercício do direito de voto nos projectos políticos que cada um entenda poderem servir melhor os interesses de Portugal.
O contributo das competências de cada cidadão numa campanha eleitoral participada permitirá discutir verdadeiras alternativas e soluções para Portugal, deixando claro o que vai ser exigido após as eleições – rigor, seriedade e competência.
O envolvimento do País neste processo eleitoral e uma votação amplamente participada no dia das eleições acarretarão inevitavelmente uma responsabilidade política acrescida para quem for eleito. E conferirão a cada Português a legitimidade para exigir, desde logo, duas alterações estruturais ao poder político eleito: o exercício digno das suas funções de representantes do Povo, servindo o interesse público e prosseguindo o bem comum, e uma maior abertura a iniciativas e manifestações da sociedade civil.
Participar e votar, neste contexto, supera pois a escolha de um projecto de governação, ou a eleição daqueles que queremos mandatar para delinear o futuro de Portugal, torna-se o cumprimento de uma verdadeira exigência nestes tempos de mudança.
Grupo de Reflexão Sociedade e Política da Pastoral da Cultura