Educar para a interioridade

P. Lourenço Eiró sj

Podemos proporcionar às crianças e jovens um contacto acompanhado com toda a riqueza do seu mundo interior, ajudando-os a compreendê-lo, a dar-lhe sentido e a integrar essa dimensão no seu crescimento pessoal.

Vivemos hoje num mundo e numa sociedade que favorece e, até, cultiva a dispersão. Somos submetidos a uma quantidade de estímulos diários, que dificultam uma experiência integrada da própria realidade. Desde a publicidade ao mundo digital, a nossa atenção vai sendo atraída para múltiplas direções, através de estímulos tão distintos, que pedem uma prática constante de vigilância. Esta cultura potencia enormes possibilidades de aprendizagens; porém, coloca-nos reféns de uma tendência constante de viver na superficialidade, nas opiniões pouco aprofundadas e precipitadas e num tratamento dos temas sem o tempo necessário para ir ao fundo da sua verdade.

Porque a busca de sentido e a integração da pessoa são uma necessidade de todo o ser humano, vão surgindo movimentos sociais e propostas que vêm contrariar esta tendência. O já famoso mindfulness oferece ferramentas e técnicas de consciencialização do que se passa no nosso interior. Para tal, utiliza métodos de concentração, de silêncio, permitindo saborear a experiência interior na pessoa. O yoga busca praticamente os mesmos objetivos, através de exercícios corporais e respiratórios que conduzem à calma interior. As mais diversas espiritualidades emergentes revelam igualmente esta demanda por um regresso ao interior da pessoa.

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