Fernando Magalhães interveio no painel de abertura da II Jornada da Escola Católica, que reúne 137 participantes, em Fátima
Fátima, 01 jul 2025 (Ecclesia) – O presidente da Associação Portuguesa de Escola Católicas (APEC) destacou hoje a urgência de garantir a continuidade destes estabelecimentos de ensino, na II Jornada da Escola Católica, que se realiza no Colégio de São Miguel, em Fátima.
Para Fernando Magalhães, é urgente “encontrar modelos de organização que assegurem a continuidade [das escolas católicas], envolvendo congregações, colégios diocesanos, direções, administrações e entidades titulares”, informa o portal Educris.
O responsável interveio no painel de abertura denominado “Identidade da Escola Católica – contexto de uma jornada, preocupações e desafios”, inserido na iniciativa que reúne 137 participantes, de 59 destes estabelecimentos de ensino, representando 78 das 122 instituições presentes em Portugal.
O presidente da APEC elevou as escolas católicas como “projetos de excelência reconhecidos pela formação em valores” e apelidou “os diversos carismas” de “verdadeira riqueza num momento de grande desafio”.
“Vivemos vários desafios. Desde logo a diminuição das vocações religiosas, mas também uma certa dificuldade de trabalhar em rede, agravada pela crise de professores em número e identidade, e o risco de deixar de servir os mais pobres pelas quebras de financiamento”, lamentou.
Durante a intervenção, Fernando Magalhães realçou também “o papel fundamental” destas instituições de ensino “no anúncio da mensagem de Jesus a crianças, jovens e famílias”, que, de outro modo, “permaneceriam muitas vezes fora do alcance de outras realidades eclesiais”.
“A escola católica é também uma realidade divina: levar pessoas para o céu. Transformar o mundo, implantar aqui o Reino e preparar o Reino lá, seguindo o mandamento de Jesus”, afirmou.
No final do discurso, o presidente da APEC apontou para a necessidade de “inovar e aprender uns com os outros, inspirados pelo Espírito” e reforçou o valor da marca “escola católica” no panorama educativo português.
“A marca escola católica é poderosíssima. Se todos a colocarmos no nosso nome, fortaleceremos a nossa missão”, concluiu.
Neste painel, participou também o diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã, Fernando Moita, que defendeu que as escolas católicas devem definir-se não por rótulos de sucesso ou eficácia, mas como sinais vivos de caridade e comunhão.
“Vivemos épocas de conflitos e polarização. A unidade aqui é uma profecia e não uma fraqueza. É a nossa afirmação de que Cristo está vivo e presente”, referiu.
O secretário da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECFD) desafiou os responsáveis das escolas católicas à redescoberta da unidade como sinal do próprio Deus.
Fernando Moita lembrou citou o Papa Francisco, lembrando “que a profecia não exige ruturas, mas antes escolhas corajosas e solidárias, próprias de uma comunidade educativa enraizada no Evangelho”.
“As diferenças não dividem, mas enriquecem; os carismas não competem nem se ofuscam, mas completam-se. Todos podem dar e receber”, sublinhou, antes de defender uma cultura de acolhimento, ternura e serviço.
O diretor do SNEC deixou também o desafio de uma escola católica capaz de ser “ousada” e de viver “com coração profético”.
“A escola católica pede profetas na inovação, cooperação, corresponsabilidade, sonhando juntos, e por isso estamos aqui. Não tenhamos medo! Vivamos o presente com paixão e olhemos para o futuro com coração profético”, finalizou.
LJ/OC