Irmão marista Jaime Barbosa é um dos professores de ‘Oficinas Educativas’ e explica em que consiste o projeto, em que os estudantes têm contacto com diferentes aplicações

Lisboa, 30 mai 2025 (Lisboa) – O Colégio Marista de Carcavelos, escola católica, em Lisboa, promove a literacia digital através da disciplina de “Oficinas Educativas”, lecionada no 2ºciclo, na qual os alunos trabalham de maneira cooperativa e aprendem a usar as ferramentais digitais.
“Agora já encontramos alunos a quererem fazer podcasts, a quererem fazer vídeos, a quererem fazer apresentações mais interativas e mais dinâmicas. E tudo a partir do primeiro conhecimento que eles tiveram, o primeiro contacto que tiveram com estas ferramentas dentro do contexto das ‘Oficinas educativas’”, afirma Jaime Barbosa, professor da disciplina.
À medida que o tempo vai passado, o irmão marista indica que estas ferramentas são usadas pelos alunos noutras disciplinas.
O docente explica que na disciplina de ‘Oficinas Educativas’, nascida no âmbito da mudança da legislação relacionada com a flexibilidade curricular, aprovada em 2018, os alunos aprendem a desenvolver a capacidade de “gerir conflitos”, “chegar a consensos” e “acordos”, ao mesmo tempo que são capacitados a selecionar informação e a discernir sobre o que é “mais credível”.
Nestas aulas, os alunos treinam as capacidades no uso de aplicações digitais, trabalhando com programas de edição de áudio, de edição de vídeo, edição de imagem, bem como programas de partilha, para poderem estar a editar o mesmo documento em simultâneo.
“Dependendo do tipo de trabalho, eles podem até usar um programa que nem é sugerido por nós, professores, mas que, através dos motores de busca, como o Google, eles podem encontrar que aquele programa é útil para dar resposta àquilo que eles querem apresentar”, refere.
‘Oficinas Educativas’ é uma disciplina preparada entre os professores das diferentes matérias e não tem avaliação quantitativa, sendo o trabalho final avaliado nas diferentes disciplinas.
“Se nós fazemos agora um trabalho que tem a ver com o cuidado mútuo, aqui podem entrar disciplinas como as ciências, porque também há uma vertente que tem a ver com o cuidado da casa comum, pode entrar a Educação Física, por exemplo, a questão dos jogos em grupo”, elucida.
Neste momento, o tema geral das aulas é o cuidado mútuo e o professor Jaime Barbosa dá conta que quando este é introduzido, é feita uma contextualização sobre o que representa, são mostrados alguns vídeos e são depois distribuídos diferentes temas a cada um dos grupos.
“O nosso tema é mais sobre a comunicação não violenta”, diz Diogo Rodrigues, um dos alunos, acrescentando que o que entende por isso é que “não se deve falar mal com as outras pessoas, não se deve gritar, não se deve insultar ou ameaçar as outras pessoas “.
Questionado sobre como esta disciplina é recebida pelos alunos, o professor Jaime Barbosa relata que no início “acham um pouco estranho”, “por não ser a típica matemática ou o típico português”, mas a maneira como é apresentada “é suficiente para que eles se motivem muito desde o início”.
LJ/OC
Para promover o bom uso dos media, o professor defende a “presença próxima” dos encarregados de educação e dos pais, bem como o controlo do tempo em que estes meios são utilizados.
Relativamente a aumentar uma vivência online segura e positiva, o professor de EMRC acredita que o trabalho que é feito nas ‘Oficinas Educativas” é um “aspeto muito positivo” e que os leva os alunos “a verem um lado positivo do uso dos instrumentos digitais”. O programa 70×7 (17h37, RTP2) no próximo domingo assinala o Dia Mundial das Comunicações Sociais que coincide com o Dia Mundial da Criança, apresentando a relação dos mais novos com os media e projetos que promovem o seu bom uso. |