Educação: Igreja Católica quer antecipar aprendizagem da fé para os dois anos de idade (redação corrigida)

«Despertar religioso» deve ser feito em primeiro lugar em casa, defende diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã

Lisboa, 13 abr 2011 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal quer antecipar o início da aprendizagem da fé das crianças para os dois anos, com a contribuição das famílias e instituições como o jardim infantil e a escola.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), diácono Acácio Lopes, considera que é “muito tarde” começar aos seis anos, como sucede habitualmente.

“O despertar religioso” deve ser feito em primeiro lugar em casa, de maneira natural”, sem os “tempos formais” da catequese semanal, sublinha o responsável, que pretende testar a metodologia em algumas paróquias, a partir de experiências realizadas sobretudo nas dioceses de Lisboa, Leiria, Santarém e Setúbal.

Esta antecipação, que não anula o itinerário formativo tradicional – previsto para começar cerca dos seis anos, com sessões semanais de uma a duas horas durante uma década – reforça a importância da família na catequese.

O assunto vai estar em foco na Semana Nacional da Educação Cristã, de 2 a 9 de outubro, e durante as Jornadas de Catequistas, agendadas para 7 a 9 do mesmo mês, em Fátima.

Além do acompanhamento em casa, pais, avós e familiares são convidados a introduzir as crianças nas atividades das paróquias: “Não faz sentido que a sua única participação na vida da comunidade seja a catequese semanal”, frisa Acácio Lopes.

“Uma das melhores catequeses que se pode dar” é “uma ativa participação” na missa, em que os adultos não estejam só na celebração “para ver se as crianças atuaram bem e fizeram umas coisinhas bonitas”, assinala o dirigente, salientando que a formação cristã deve ser contínua e abarcar todas as faixas etárias.

O responsável admite que a instrução dos catequistas é uma “preocupação” do seu departamento e reconhece que é preciso atrair mais pessoas dispostas a comunicar a fé: “Não resulta se lançarmos apelos a candidaturas, como se se tratasse de um emprego”, dado que “a catequese não é um saber intelectual mas testemunhal”, acentua.

Acácio Lopes está convencido que as propostas lançadas pelo SNEC, “em que se vê outra profundidade, rigor e entusiasmo nas paróquias e nas famílias”, vão suscitar o surgimento dos “agentes” necessários, e recorda que em 2012 se conclui o processo de renovação dos manuais da catequese.

O Secretariado Nacional da Educação Cristã organiza entre esta quinta-feira e sábado, na Guarda o 50.º Encontro Nacional de Catequese, palavra de origem grega que significa ‘ensino oral’.

RM/OC

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