Igreja Católica acompanha com «atenção e apreensão» manifestações de pais e encerramento das escolas
Fátima, Santarém, 28 Jan (Ecclesia) – O Estado não reconhece o valor que o ensino privado tem prestado a Portugal afirmou D. António Francisco dos Santos, vogal da Comissão Episcopal de Educação Cristã (CEEC).
Numa reacção às situações de protesto por parte dos encarregados de educação e ao encerramento de algumas escolas privadas, o também bispo de Aveiro explica que a Igreja Católica está a acompanhar com “atenção e apreensão” o evoluir da situação.
“Se todos reconhecessem o direito (de livre escolha na educação, ndr), este momento seria desnecessário e as escolas privadas não seriam postas em causa”, referiu.
O bispo de Aveiro entende que as manifestações por parte dos pais e das associações são prova de “empenho e compromisso” para “afirmar o direito à liberdade e livre escolha de um projecto educativo” que “em nada belisca as escolas estatais e o trabalho que o Estado realiza”.
O vogal da CEEC afirma que o direito de escolha “não está a ser reconhecido” nem um “caminho de diálogo está a ser aberto”.
“Pedimos ao governo que abra este espaço para o diálogo e que nas afirmações que faz, reconheça que as escolas católicas e o ensino privado e cooperativo são um serviço público prestado a Portugal”. O prelado afirma ainda que o Estado deveria “reconhecer e até agradecer, pois fazemos um bom serviço”.
A existência plural de escolas significa, no entender do vogal da CEEC, “um avanço, uma riqueza para a educação e uma experiência de vida democrática no caminho que Portugal tem percorrido”.
O bispo de Aveiro refuta a afirmação que as escolas católicas, de ensino privado e cooperativo, tenham um ensino mais caro ou possam dificultar a situação económica das famílias.
“Não esse é o motivo pelo qual o Estado está a limitar o direito de livre escolha na educação dos filhos. O Estado não reconhece o valor que o ensino privado tem prestado a Portugal”.
D. António Francisco dos Santos afirma que o espaço público “deve ser usado para apresentar a verdade” e espera que num futuro próximo haja “diálogo para que as razões venham ao de cima”.
LS