Educação: Escolas Católicas afirmam que parceria público-privada «gera poupanças incríveis» ao Estado (c/vídeo)

Jorge Cotovio alerta que há escolas privadas com contrato de associação «a viver momentos extremamente aflitivos»

 Lisboa, 27 set 2021 (Ecclesia) – O secretário-geral da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) afirmou que a parceria público-privada no setor da educação tem sido “extremamente vantajosa” para o Estado português e “gera poupanças incríveis”, lamentando as dificuldades de muitas instituições de ensino.

“Há muitas escolas privadas, católicas e outras, com contrato de associação que estão a viver momentos extremamente aflitivos. 80 500 euros por turma não dá para pagar as despesas. Este valor mantém-se há uma série de anos”, disse Jorge Cotovio à Agência ECCLESIA.

O responsável exemplificou com o caso do Colégio de Calvão (Diocese de Aveiro), que este ano “gera uma poupança de cerca de 1,3 milhões de euros ao Estado”.

“Esta parceria público-privada, que se tem feito ao longo dos últimos 50 anos com os privados, tem sido extremamente vantajosa para o Estado, gera poupanças incríveis”, destacou.

Jorge Cotovio, que é também o diretor pedagógico do Colégio Conciliar de Maria Imaculada (Leiria), lembrou que, recentemente, o ministro da Educação precisou que cada aluno custa em média 6200 euros por ano, sustentando que numa escola privada com contrato de associação esse valor é cerca de metade.

“Segundo os dados deste ano, há um diferencial aproximadamente de 3 mil euros, ou seja uma escola privada com contrato de associação fica mais barata ao Estado em cerca de 3300 euros por aluno”, precisou o entrevistado na emissão desta segunda-feira do Programa ECCLESIA, na RTP2.

O secretário-geral da APEC destaca que “são poupanças verdadeiramente incríveis”, mas para a opinião pública, “estrategicamente movido por setores radicais”, passa a ideia contrária, de que o Estado “esbanja dinheiro com o ensino privado”.

Nos últimos anos, têm fechado escolas católicas “emblemáticas” como o Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, o Colégio de Bustos (Oliveira do Bairro), o Colégio de Nossa Senhora dos Remédios, em Tortosendo, o Colégio Salesiano de Poiares, na Régua, entre outros.

“Estavam abertos a populações desprotegidas e tiveram mesmo de fechar, não tinham outra possibilidade, não tinham famílias que pudessem pagar propinas. Isto só prejudica a educação nacional e prejudica imenso a própria Igreja, cada Escola Católica que fecha é a mesma coisa que uma paróquia fechar”, desenvolveu Jorge Cotovio.

Já o presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas, Fernando Magalhães, salienta é necessário perceber o que é que “efetivamente” se anda a fazer em relação a quem se financia com “um valor particularmente inferior”.

“Corrijam esse erro desde já em relação a todos os estabelecimentos que se andam a financiar com uma subvalorização do seu custo real. Se reconhecem que o custo real por aluno é de 6200 euros, vamos a tempo de corrigir tudo aquilo que em relação aos nossos atuais projetos possa acontecer”, apelou.

Fernando Magalhães defende “uma conversa séria sobre este assunto”, para definir, “ainda que com novas linhas, ainda que com novas frentes”, aquilo que pode ser o financiamento às famílias.

“Que seja o momento para seriamente se corrigir e poder desenhar situações futuras para esses familiares frequentarem este tipo de projetos”, incentiva o presidente da APEC.

HM/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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