Educação: «Escola é local de aprendizagem mas também de convívio» – António Estanqueiro (c/vídeo)

Professor e formador indica quatro atitudes para começar bem o ano letivo: apoiar, estar atento, cuidar do sono e exigir esforço

Lisboa, 28 set 2020 (Ecclesia) – O professor e formador António Estanqueiro afirma que os estabelecimentos de ensino não podem apenas, neste contexto de pandemia, “cuidar da condição básica de saúde”, pois a escola “continua a ser local de convívio e aprendizagem”.

“A escola continua a ser local de aprendizagem. Espero que não esteja a cuidar apenas de uma condição básica de saúde, continua a ser local de convívio e aprendizagem. A circunstância pode condicionar, é o sentimento dos miúdos, poderão participar menos na escola. Os professores terão de propor atividades de outra forma, mas haverá sempre oportunidade para aprender e começar bem dará sempre frutos ao longo do ano. E dar segurança aos miúdos neste tempo de pandemia que é difícil para todos”, explica o especialista em pedagogia em declarações à Agência ECCLESIA.

António Estanqueiro preconiza uma relação assente na comunicação entre os educadores, “que podem ser os pais ou os avós”, e a escola, som o professor ou com o diretor de turma, sendo esta uma forma de “prevenir pequenos problemas logo desde a sua génese”.

O desenvolvimento de quatro atitudes, logo desde o início do ano, mostrarão resultados, assim acredita o professor.

“Um estudante não pode ser um bombeiro a apagar incêndios tem de ser alguém que trabalha regularmente com a ajuda dos pais e professores”, assinala.

António Estanqueiro explica que a atenção e o bom-senso “fazem um belo serviço” a qualquer pessoa “não especialista em comunicação”.

“Os pais atentos, em geral, os educadores, quando estão atentos, são sensatos, têm disponibilidade e dão atenção aos filhos, o essencial está feito”, sugere.

Apoiar em casa é o “papel principal” dos pais e estes devem tranquilizar-se com esta presença em casa, local onde se desenvolve a sua tarefa cimeira, e desvalorizar o “não ter tempo para ir à escola”.

“Estando atento à escola é preciso comunicar com o professor e no diretor de turma. Não que isso seja indispensável, mas é bom acompanhar porque o comportamento do filho em casa e na escola pode ser diferente e a cooperação entre pais e professores é indispensável”, indica.

Motivar os filhos, “mostrando a importância do estudo e do trabalho para a vida” e ajudar na gestão do tempo são tarefas que António Estanqueiro indica serem essenciais a desenvolver em casa.

“A vida vai muito para além da escola, mas os filhos devem aproveitar bem o tempo para estudar”, sublinha.

Foto: Lusa/EPA

Para uma melhor aprendizagem é essencial o descanso e, nesse sentido, “cuidar do sono para aprender e para memorizar” são atitudes importantes; o especialista indica ainda que os pais devem “exigir esforço”.

“Habitualmente o sucesso depende do esforço e não da sorte. Os pais devem dosear o esforço e exigir de cada filho o adequado. É errado pensar apenas no sucesso porque a escola é um local onde se aprende mas é mais rico nas aprendizagens globais, nas competências e nos valores éticos, estéticos, religiosos, depende da opção de cada um”, indica.

António Estanqueiro indica não ser benéfico levar os filhos a associarem “boas notas a um prémio” e pede cautela em alguma “caso de insucesso”.

“Devem valorizar o esforço mas guardar os prémios para outras ocasiões. O essencial é elogiar o esforço. O principal é não perder a cabeça num caso de insucesso, não apontar criticas ao professor ou deixar que o filho se desculpe com coisas fáceis”, recomenda.

Os estudantes, indica António Estanqueiro, têm “três chaves de sucesso” para que o ano letivo corra bem: “Esforço, método e motivação”.

“Estas chaves estão nas mãos dos filhos. Os pais têm de ajudar os filhos a sobre elas”, finaliza.

PR/LS

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Agência ECCLESIA

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