Responsável de associação que junta estabelecimentos de ensino de inspiração cristã lamenta indiferença quanto às aulas de EMRC
Coimbra, 01 out 2012 (Ecclesia) – O secretário-geral da Associação Portuguesa de Escolas Católicas considera que estes estabelecimentos lutam contra opções governamentais adversas e opiniões desfavoráveis dentro da própria Igreja, apesar do papel singular que têm desempenhado na educação em Portugal.
“Muitos cristãos” e “consagrados” não compreendem a “riqueza” da Escola Católica devido a “pré-conceitos, perceções de elitismos e outras coisas mais”, a que se juntam “entraves de natureza política”, frisa Jorge Cotovio em texto enviado à Agência ECCLESIA, a propósito da Semana Nacional da Educação Cristã, que a Igreja assinala até domingo.
O responsável salienta que a Igreja tem marcado presença importante no ensino em Portugal, dado que “ninguém como ela se empenhou tanto na promoção da cultura e da educação, mau grado variadíssimos condicionamentos”.
Jorge Cotovio também critica os pais católicos “que se deixam levar pela ‘cantiga’ dos filhos (e amigos dos filhos), às vezes bem pequenos, e não subscrevem a inscrição” nas aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, e que por isso “cometem uma falta grave”.
“Se todos os pais e mães que participam habitualmente na missa dominical fossem coerentes também a este respeito, haveria muito maior frequência desta disciplina, sobretudo no ensino secundário”, frisa o diretor pedagógico do Colégio Conciliar de Maria Imaculada, em Coimbra.
O docente está convencido que “talvez” houvesse “melhor educação” se todas as crianças, adolescentes e jovens que participam na catequese, escuteiros e outros movimentos juvenis se inscrevessem nas aulas de EMRC.
“Temos aqui um espaço privilegiado para ‘moralizar’ a ‘escola pública’ e educar os estudantes para a dimensão moral e religiosa, assim como para a compreensão dos elementos mais profundos da cultura nacional”, aponta Jorge Cotovio.
Diante destes obstáculos, a que se juntam as queixas sobre os “horários maus” da disciplina, o “programa pouco atraente”, o “professor que não ‘presta’” ou os “colegas que não se inscrevem”, a Igreja tem “muito a fazer” e a “sensibilizar”, acrescenta.
A Semana Nacional da Educação Cristã, dedicada ao tema “Descobrir a solidez da fé: urgência e missão”, começou este sábado, dia em que decorreu a peregrinação nacional das Escolas Católicas a Fátima.
“Colorimos as estradas de acesso à Cova de Iria. Colorimos ainda mais os espaços verdes do Colégio S. Miguel. Colorimos o recinto do Santuário. Colorimos a Basílica da Santíssima Trindade. Éramos muitos (mais de três mil) e sentimo-nos comunhão, caminhando, comendo, convivendo, rezando e celebrando em conjunto”, refere uma nota da Associação Portuguesa das Escolas Católicas enviada à Agência ECCLESIA.
A missa de encerramento da Semana Nacional Nacional da Educação Cristã realiza-se este domingo na Sé de Santarém, pelas 11h00, sendo presidida pelo bispo da diocese, D. Manuel Pelino.
RJM