Educação: Escola católica deve «ajudar cada um dos seus membros a viver inteiramente aquilo que é» – D. José Tolentino Mendonça (c/fotos)

Cardeal português esteve em Lisboa para assinalar 80 anos do Colégio Sagrado Coração de Maria

Lisboa, 24 fev 2022 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Tolentino Lisboa esteve hoje em Lisboa, para assinalar os 80 anos do Colégio Sagrado Coração de Maria (CSCM), elogiando o papel da instituição na promoção de uma “educação integral”.

“Uma escola católica, apostada numa educação integral, tem de ter uma visão, e uma visão do todo, da pessoa humana na sua inteireza”, referiu o colaborador do Papa, que interveio numa mesa-redonda sobre educação, perante centenas de alunos do Ensino Secundário.

O arquivista e bibliotecário da Santa Sé destacou o “exemplo de dádiva, de doação” das religiosas do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria e o “papel fundamental” dos pais de todos os alunos do CSCM.

“A educação é um jogo de relação”, observou.

Para D. José Tolentino Mendonça, o papel de uma escola católica passa pela sua proposta de “integral”.

“Ela não se empenha apenas em transmitir de forma competente, eficaz, os vários saberes”, precisou, destacando que a educação é mais do que um “conjunto de gavetas” e deve ter em conta cada pessoa, na sua “globalidade”.

O cardeal madeirense sustentou que a “grande missão” de uma escola católica deve ser “ajudar cada um dos seus membros a viver inteiramente aquilo que é”.

“Ninguém pode viver, tem de ser cada um a enfrentar a própria vida”, disse aos estudantes presentes na conferência comemorativa.

D. José Tolentino Mendonça realçou a importância de construir uma “visão poliédrica, dilatada, interdisciplinar da vida”, ao serviço da “arte de ser”.

“Os rankings são apenas uma mostra, porque o Colégio tem uma ambição ainda maior: é cultivar humanidades autênticas, amplas, originais”, acrescentou.

A sessão contou com a intervenção da irmã Maria Teresa Nogueira, provincial do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria em Portugal, para quem o CSCM é “um lugar de missão”, mais do que apenas uma escola, olhando para lá dos resultados académicos.

A religiosa assinalou a opção de educar “em comunidade e para a comunidade”, promovendo estilos de vida “simples, sóbrios”, que valorizem a dimensão ética.

“Pessoas bem formadas promovem a transformação do mundo”, apontou.

Teresa Garcia de Freitas e Pedro Caridade de Freitas, presidentes da Associação de Pais do CSCM, falaram aos presentes das razões da escolha desta instituição para a educação dos filhos, saudando os valores cristãos, “sociais e inclusivos”, ali transmitidos.

Após a mesa-redonda decorreu um momento celebrativo para todos os alunos, no pátio da instituição, e a Eucaristia presidida por D. José Tolentino de Mendonça.

A data foi ainda assinalada com a inauguração da Exposição Solidária para o Centro de Competências de crianças a Jovens com deficiência das Religiosas do Sagrado Coração de Maria na Zâmbia.

Em Portugal, as religiosas iniciaram a sua acção em 1871 na área da educação/formação, no colégio da Miss Hennessey, no Porto; atualmente estão presentes em várias localidades, de norte a sul do país, com 38 comunidades.

OC

Vida Consagradas: Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria celebra 150 anos de presença em Portugal (c/vídeo)

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Agência ECCLESIA

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