D. Nuno Brás presidiu à Missa de abertura do congresso que assinala os 100 anos da chegada da Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria à Madeira

Funchal, 06 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou hoje que a tarefa de ensinar é “merecedora de admiração”, sobretudo a que permite a todos “viver como seres humanos”, apontado para a necessidade da formar “homens novos”.
“Educamos vencedores, mas não homens novos! Fabricamos heróis, mas não formamos cristãos”, disse D. Nuno Brás, na Sé do Funchal, na homilia da Missa de abertura do Congresso “Educação, Solidariedade e Evangelização”, que decorre na cidade do Funchal até ao dia 10, que assinala os 100 anos da chegada das Irmãs da Apresentação de Maria à Madeira.
Para o bispo do Funchal, as “teorias pedagógicas” e as “exigências legislativas” “parecem obrigar” a “fabricar vencedores de si mesmos ou da sociedade”
“Darão origem a colégios eficientes, com bons resultados em rankings — escolas que, certamente, nos orgulham (isso mesmo: nos “orgulham”!…) e que havemos de apresentar com exemplo do nosso contributo para a sociedade. E são-no, de verdade, pois que também pela excelência do conhecimento humano passa o homem novo que é Jesus”, afirmou.
D. Nuno Brás sublinhou que, aos educadores cristãos não bastam colégios eficiências, lembrando a necessidade da “novidade humana e divina de Jesus”.
Dar a alguém a forma de Cristo: este é o sucesso da educação cristã. O mesmo é dizer: ajudar o educando a pensar segundo os critérios de Cristo; a agir com a ousadia de Cristo; a sentir com o coração de Jesus”.
O bispo do Funchal lembrou que “a educação é um risco” porque “faz nascer a atitude de fé” e faz confrontar “o pensar, sentir, viver, existir” de cada educando “a partir de Jesus e com Ele”, valorizando a “tarefa de ensinar a ler, a contar”, nomeadamente na sociedade madeirense, e o trabalho dos educadores cristãos.
“De que nos serve saber a raiz quadrada ou a teoria da relatividade, sem sermos capazes de viver como seres humanos e, o que é mais (infinitamente mais), sem trazermos em nós o Espírito de Jesus — o verdadeiro Espírito do Senhor, único a poder renovar a face da terra?”, questionou.
Na Missa de abertura do Congresso que assinala os 100 anos da chegada à Madeira das Irmãs da Apresentação de Maria, o bispo do Funchal disse que o evento vai também ser uma ocasião para “ir mais longe”.
Partilhar experiências, abrir novos caminhos, olhar o futuro da humanidade que queremos. Nessa procura, não deixemos nunca de ter como ponto de referência a pessoa de Jesus, o Homem novo”.
A congregação das Irmãs da Apresentação de Maria foi fundada em 1976, por Marie Rivier, e insere-se “no movimento de renovação da vida consagrada orientada” como “empreendedorismo educativo, social e pastoral de timbre feminino”, assinala o Centro de Estudos Globais, instituição científica promotora do evento.
Atualmente, as Irmãs da Apresentação de Maria estão presentes em 20 países do mundo.
A congregação chegou ao arquipélago pela mão de uma madeirense, Leontina de Ornelas e Vasconcelos, natural de Machico, que emigrou para a Suíça, e viria a assumir o nome religioso de irmã Maria da Santíssima Trindade.
Na Madeira, as religiosas assumiram uma obra social, a que se viria a somar o trabalho no carisma central da congregação, a educação, e estão presentes no Funchal, Prazeres, Gaula e Calheta.
PR
Educação: Irmãs da Apresentação de Maria celebram 100 anos que deixam «marca» na Madeira