Educação: David Justino abordou desafios do ensino da era tecnológica

Antigo ministro foi um dos oradores no congresso dos salesianos «E-ducar para além da cloud»

Estoril, Lisboa, 04 set 2015 (Ecclesia) – O congresso “E-ducar para além da cloud”, que decorre nas instalações dos Salesianos do Estoril, mostra um sistema de ensino português empenhado em responder aos desafios da atual era tecnológica e da chamada “sociedade do conhecimento”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação e um dos oradores da iniciativa, disse que a escola tem de assumir-se como mais-valia no meio de uma sociedade onde a “produção” de novos conhecimentos tem “cada vez maior” importância.

Nesse sentido, o antigo ministro da Educação considerou essencial que as novas gerações encontrem na escola “conceitos” e, “acima de tudo, maneiras de pensar sistematizadas, organizadas”, que as ajudem a inovar e a “resolver os problemas, de hoje e do amanhã”.

“Este é que é o valor acrescentado da escola”, algo que não se adquire “através da net ou da televisão”, frisou aquele responsável.

David Justino destacou ainda a necessidade das escolas terem recursos humanos cada vez mais bem formados e preparados, de modo a que o seu papel continue a ser relevante, num tempo em que os alunos têm múltiplas formas de aceder ao conhecimento e à informação.

“Os professores têm de ser pessoas altamente especializadas para poderem transmitir aquilo que é o fundamental, e agentes ativos, não só na transmissão mas na descoberta do conhecimento”, defendeu.

O congresso “E-ducar para além da cloud: futuro do coração educativo”, que termina esta tarde, está a ser acompanhado por cerca de 800 pessoas, na sua maioria responsáveis e professores das várias escolas salesianas espalhadas pelo país.

O padre Tarcízio Morais, diretor da Escola dos Salesianos do Estoril, e anfitrião do evento, explicou a iniciativa com a vontade de “perspetivar a Educação, partindo do ambiente atual dos jovens, fortemente marcado pela tecnologia e pelas ferramentas digitais”

Segundo o sacerdote, o papel de um educador será sempre “fazer crescer” os jovens, “fazer emergir neles o melhor que têm” e encaminhá-los para “uma resposta de vida e de felicidade”.

“A tecnologia como meio pode ser importante para o crescimento e para a abordagem, mas é também um desafio de responsabilidade, um desafio de futuro”, apontou o mesmo responsável, recordando que o fundamental no processo de aprendizagem é a relação pessoal.

Se os educadores conseguirem “acompanhar” e “estar presentes” no dia-a-dia dos seus alunos, e entenderem os ambientes onde se movem, a experiência tecnológica ou digital será cada vez menos uma realidade “disruptiva da realidade educativa” e mais “um complemento ao que existe”, concluiu.

JCP

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