Educação: Bispo português em Moçambique destaca papel de religiosas na promoção das mulheres

D. Diamantino Antunes participa em congresso global das Irmãs da Apresentação de Maria

Foto: Centro de Estudos Globais

Funchal, Madeira, 10 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo português D. Diamantino Antunes, missionário em Moçambique, destacou o papel das Irmãs da Apresentação de Maria na promoção das mulheres, no país africano.

“Elas vieram inicialmente para tomar conta de um colégio para raparigas, mas depois assumindo outros compromissos em missões, sobretudo no âmbito rural, dedicaram-se à formação das jovens, das mulheres, a promoção humana, culinária, apoio de cultura. Também se empenharam e ainda trabalham no setor da saúde e, de facto, na promoção da mulher e da família em geral”, disse à Agência ECCLESIA o bispo da Diocese de Tete.

“Em África, quem educa uma mulher educa uma aldeia”, acrescenta o responsável católico, que participa no congresso global ‘Educação, Solidariedade e Evangelização: Da Europa para a Madeira, da Madeira para o Mundo’, a decorrer no Funchal entre segunda e sexta-feira, para assinalar o 100.º aniversário da chegada à ilha da Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria.

A iniciativa, promovida cientificamente pelo Centro de Estudos Globais, conta com a presença de especialistas e investigadores de 23 países, entre 400 participantes.

D. Diamantino Antunes apresentou uma conferência sobre o tema ‘Ordens e congregações missionárias em Moçambique: O papel das Irmãs da Apresentação de Maria’.

O missionário português recorda uma “presença antiga e de grande qualidade, não só do ponto de vista educativo, mas também pastoral”.

O primeiro grupo de irmãs da Apresentação de Maria chegou a Moçambique a convite de D. Teodósio Clemente de Gouveia, arcebispo de Lourenço Marques (atual Maputo), natural da Madeira, que conhecia a congregação pelo seu trabalho na ilha.

“Ele viu a necessidade de ter uma educação de qualidade e também a presença das irmãs, do ponto de vista da promoção da mulher e da juventude moçambicana”, acrescenta D. Diamantino Antunes.

D. Diamantino Antunes (E).
Foto: Centro de Estudos Globais

A congregação instalou-se em Maputo e começou a expandir a sua presença para norte, sobretudo na província de Nampula, que, “do ponto de vista da educação, tinha grandes necessidades e ainda tem grandes necessidades”, observa o bispo de Tete.

O missionário português elogia “um trabalho de grande competência e de grande impacto educacional, junto da juventude moçambicana”, ao longo das últimas décadas.

As Irmãs da Apresentação de Maria foram fundadas por Anne-Marie Rivier (1768-1838), num contexto de resistência e persistência de modelos de vida consagrada ao serviço da Igreja Católica e da sociedade civil no plano da educação, da solidariedade e da pastoral, em 1796, na França.

A congregação chegou ao arquipélago pela mão de uma madeirense, Leontina de Ornelas e Vasconcelos, natural de Machico, que emigrou para a Suíça, e viria a assumir o nome religioso de irmã Maria da Santíssima Trindade; atualmente, as Irmãs da Apresentação de Maria estão presentes em 20 países.

PR/OC

Partilhar:
Scroll to Top