Porto, 31 out 2011 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou esta sexta-feira que as escolas não estatais também prestam “serviço público” na área da educação, “projetando a sua ação no bem comum geral da sociedade, sendo por isso justamente reconhecido como tal”.
Falando no Congresso do Ensino Superior ‘Educação Livre numa Sociedade Livre’, no Instituto Superior da Maia (ISMAI), D. Manuel Clemente destacou o papel das “iniciativas educativas que não partiram dos organismos oficiais nem dele diretamente dependem, sendo igualmente beneméritas da sociedade em geral”.
“A relação entre educação e Estado define-se a partir da educação – tarefa primordial das famílias e respetivas escolhas, com as iniciativas que livremente suportem, o mesmo se dizendo do que se passar depois com jovens e adultos – e não a partir do Estado”, defendeu.
Para o bispo do Porto, “no que à educação se refere e seguindo a linha normal de crescimento e pedagogia, é natural que a primeira responsabilidade pertença à família, onde a vida aparece e é amparada”.
“Normal é também que os pais peçam à escola que tenha presentes os valores que legitimamente pretendem transmitir aos seus filhos; e justíssimo é que a escola tenha em linha de conta as aspirações dos pais e encarregados de educação, que deve viabilizar, complementar e não postergar.
Concomitantemente, também uma justa autonomia escolar não uniformizará sem mais o ensino, antes procurará ter em conta as legítimas particularidades sociais e culturais do meio em que o estabelecimento se implanta ou do setor que procure mais diretamente atingir”, acrescentou.
D. Manuel Clemente falou também do atual momento do país, “que requer de cada um e de todos o melhor contributo pessoal e institucional”.
“Aproveitemos então o momento – não só deste Congresso, mas o que ‘passamos’ todos – no sentido amplo da palavra, que tanto significa sofrer como ultrapassar – para nos recriarmos como sociedade e a partir da educação, de melhor educação”, apelou.
OC