D. Manuel Felício analisa alcance da assinatura da declaração pelas Igrejas Cristãs
Lisboa, 25 jan 2014 (Ecclesia) – O bispo da Guarda, D. Manuel Felício considera que a assinatura pública da declaração de reconhecimento mútuo do sacramento do Batismo é uma “grande motivação” para seguir um caminho de unidade.
“Diga-se em abono da verdade que a assinatura prevista a realizar no próximo dia 25 de janeiro não modifica a prática já corrente quanto à aceitação mútua do Batismo celebrado nestas Igrejas” porque “isso já acontece, mas a assinatura pública do documento é grande motivação para prosseguirmos juntos o caminho da unidade apontado e desejado pelo próprio Cristo”, escreve D. Manuel Felício em artigo de opinião no semanário digital ECCLESIA desta quinta-feira.
“Este evento da assinatura pública de um documento onde se faz reconhecimento mútuo do Batismo celebrado em distintas Igrejas cristãs é, assim, ponto de chegada do já longo percurso ecuménico que, com iniciativas regulares, tem, em Portugal, mais de duas décadas”, revela o bispo da Guarda acrescentando que este momento simbólico é ao mesmo tempo “ponto de partida e mesmo um novo começo, pois passa a contar, desde agora, com mais forte envolvimento da tradição ortodoxa”.
Na opinião do bispo da Guarda a assinatura desta declaração revela-se uma “meta da caminhada conjunta, em boa hora iniciada”, jornada essa que “só pode ser aquela que o Evangelho nos aponta de virmos a ser um único rebanho conduzido por um único pastor, que é Cristo”, escreve.
D. Manuel Felício lembra que esta assinatura acontece numa altura em que se celebra “o cinquentenário do Concílio Vaticano II”, um acontecimento marcante na história que “abriu caminhos novos ao compromisso da Igreja Católica com o diálogo e a cooperação ecuménicos”.
“Em Portugal, já desde o início da década de 90 que se vêm a realizar com regularidade encontros ecuménicos entre a Igreja Católica e as Igrejas do Conselho Português de Igrejas Cristãs”.
Sendo que “sobretudo desde 2001, com a Charta Oecumenica, começou a surgir a ideia de as Igrejas envolvidas nos encontros ecuménicos, em Portugal, manifestarem publicamente que aceitam o Batismo celebrado em cada uma delas”, revela o bispo da Guarda.
Para tal “foi preparado um documento capaz de traduzir esta vontade, à semelhança do que já há mais tempo tinha acontecido em outros países da Europa e de fora da Europa” mas “tal desiderato, porém, foi sendo adiado, principalmente para que se pudesse alargar também às Igrejas de tradição ortodoxa”, explica D. Manuel Felício no artigo de opinião que assina no semanário digital ECCLESIA.
A declaração de reconhecimento mútuo do Sacramento do Batismo vai ser assinada por representantes da Igreja Católica Romana, da Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, da Igreja Evangélica Metodista Portuguesa, da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal e da Igreja Ortodoxa do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla.
A assinatura vai acontecer durante a celebração ecuménica nacional, na catedral Lusitana (Igreja Anglicana) de São Paulo, com início marcado para as 18h00, na presença de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que vai propor uma reflexão após a Liturgia da Palavra.
MD