Ecumenismo: Prior de Taizé incentiva à «comunhão» e «conhecimento» entre cristãos

Irmão Alois e cerca de 150 jovens vão participar nas celebrações da Páscoa Ortodoxa na Roménia

Valência, Espanha, 30 dez 2015 (Ecclesia) – O prior da comunidade de Taizé disse no Encontro Europeu de Jovens, a decorrer em Valência (Espanha),  que a Igreja é “comunidade de amor e de perdão” e a “misericórdia e a compaixão” podem ser resposta à sociedade de hoje, a partir da experiência que viveu no Líbano.

“É possível que as diferentes religiões vivam em conjunto, o Líbano envia-nos esta mensagem. Este país é baseado neste respeito mútuo. Mesmo depois de provações que chegaram até à guerra civil, os libaneses regressaram sempre a este ideal”, destacou o irmão Alois, esta terça-feira à noite.

Neste contexto, o monge sublinhou que ao consagrar-se o próximo ano à “procura de modos de viver a misericórdia” podia-se descobrir que a Igreja “é antes de mais uma comunidade de amor e de perdão”.

“A misericórdia e a compaixão são capazes de desarmar a espiral de violência entre os seres humanos. Muitos cristãos de todo o mundo dão as suas vidas pela reconciliação e a paz”, desenvolveu, constatando que na história dos cristãos “muitos mártires apelaram ao amor e ao perdão”, referiu.

Segundo o prior da Comunidade Ecuménica de Taizé, perdoar é uma palavra que “não” está sempre presente na vida de cada um e existem situações em que não se é “capaz de perdoar”.

Por isso, observou que para que a Igreja se torne cada vez mais uma “comunidade de amor e de reconciliação”, os cristãos são “pressionados a encontrar uma resposta” para a pergunta: “Como mostrar que a unidade é possível, no respeito pelo pluralismo?”.

Aos cerca de cerca de 15 mil jovens de toda a Europa, dos quais perto de 300 portugueses, o irmão Alois apelou ao conhecimento que é “essencial” para uma “reconciliação entre os cristãos”.

“Não só no Ocidente, mas também entre os cristãos do Oriente e do Ocidente. É por isso que, muitas vezes, com alguns irmãos e com os jovens de vários países, fomos em peregrinação a Istambul, Moscovo, Minsk, Kiev e Lviv”, recordou neste encontro “peregrinação de confiança através da terra”.

Em 2016, realiza-se mais uma destas peregrinações, que “foram tão positivas”, desta vez à Roménia, mais concretamente para participar nas celebrações da Páscoa Ortodoxa, em Bucareste, com 150 jovens, entre 28 de abril e 1 de maio.

“Nós somos o Corpo de Cristo e uma comunhão entre os que seguem a Cristo pode tornar-se um sinal credível da reconciliação no meio dos homens”, frisou o responsável religioso.

O monge alemão começou a reflexão por contextualizar que o Líbano está “inundado de refugiados”, onde vivem quase dois milhões para quatro milhões de habitantes.

Segundo o prior de Taizé, também neste país, como na Síria, ficou “impressionado com a preocupação que todos têm pelas crianças”, num dos acampamentos, os próprios refugiados “improvisaram escolas”.

“Várias vezes ouvi dizer que a educação das crianças era para eles uma prioridade”, revelou.

O irmão Alois, no início da oração da noite, assinalou que os jovens espanhóis “são filhas e filhos de Teresa de Ávila”, no contexto do quinto centenário do nascimento da mística espanhola celebrado este ano, e também de São João da Cruz, os reformadores da Ordem Carmelita.

“Eles despertaram uma vida mística em Espanha. A vossa geração é agora chamada a acender no vosso país o fogo de uma fé renovada”, observou.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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