Cidade do Vaticano, 03 abr 2018 (Ecclesia) – O portal de notícias do Vaticano recordou o 50.º aniversário do assassinato de Martin Luther King, morto a 4 de abril de 1968, sublinhando a “grande sintonia” da sua figura com o Papa Francisco.
Luther King, pastor protestante, foi o Prémio Nobel da Paz de 1964; quatro anos mais tarde, foi assassinado em Memphis, no Estado de Tennessee (EUA), ao promover uma campanha em defesa dos trabalhadores negros.
A Conferência Episcopal dos EUA assinala a data com uma mensagem em que elogia o testemunho de não-violência de Luther King, alertando para a persistência de fenómenos de racismo.
“Apesar de ter sido feito um progresso significativo na remoção da nódoa do racismo e do ciclo da violência com ele relacionado, ainda temos muito a fazer”, assinalam os responsáveis católicos.
A morte do “indefeso e cristão profeta da integração racial” foi condenada logo no dia 7 de abril de 1968 por Paulo VI, falando antes de rezar o ângelus na Praça São Pedro.
O atual Papa, Francisco, falou de Martin Luther King no seu discurso ao Congresso dos EUA, em setembro de 2015: “Penso na marcha que guiou de Selma a Montgomery, há cinquenta anos, como parte da campanha para conseguir o seu «sonho» de plenos direitos civis e políticos para os afro-americanos. Aquele sonho continua a inspirar-nos”.
O pontífice apelou então a “uma cultura que permita às pessoas «sonhar» com plenos direitos para todos os seus irmãos e irmãs, como procurou fazer Martin Luther King”.
Já na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2017, o Papa recordou o papel de Luther King “contra a discriminação racial”.
D. Ivan Jurkovic, observador permanente da Santa Sé nos organismos das Nações Unidas com sede em Genebra (Suíça), disse ao portal ‘Vatican News’ que Luther King iniciou um “período novo” na democracia.
“Martin Luther King fez a defesa dos Direitos Humanos da população afro-americana; o Papa apresenta uma nova visão da Igreja. Tudo isso representa dois princípios típicos da inspiração cristã: a não-violência e a fraternidade universal”, precisou o responsável.
A 12 de março, a filha de Luther King, Bernice Albertine King, foi recebida em audiência pelo Papa Francisco.
OC