Responsável ortodoxo destaca caminho de diálogo entre católicos e ortodoxos nas últimas décadas
Cidade do Vaticano, 23 mai 2014 (Ecclesia) – O patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, vai evocar este domingo com o Papa Francisco o “histórico abraço de Jerusalém” feito há 50 anos por Paulo VI e Atenágoras.
Em entrevista ao jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, o líder ortodoxo afirma que o encontro de 1964 abriu um caminho que “já não é possível interromper”.
“Começamos a perdoar-nos uns aos outros pelos erros e a desconfiança do passado, e demos passos importantes rumo a aproximação e reconciliação”, precisa Bartolomeu.
O patriarca ecuménico de Constantinopla espera que o encontro e a assinatura de uma declaração conjunta com o Papa seja “um bom passo em frente” no diálogo entre católicos e ortodoxos.
“O espírito de amor fraterno e de respeito recíproco tomou o lugar das antigas polémicas e da suspeita”, assinala o responsável.
Bartolomeu diz que ele e o Papa vão “dirigir um apelo e um convite a todas as pessoas, independentemente da sua fé e virtudes”, para “um diálogo que no fundo visa o conhecimento da verdade de Cristo”.
Francisco e o patriarca de Constantinopla vão rezar em conjunto na Basílica do Santo Sepulcro, um momento inédito, após a assinatura da declaração conjunta na delegação apostólica, em Jerusalém.
Esta será a segunda viagem de Francisco fora da Itália, após a visita ao Brasil em julho de 2013, e a quarta visita de um Papa à Terra Santa, após Paulo VI (1964), João Paulo II (2000) e Bento XVI (2009).
A peregrinação evoca oficialmente o encontro entre o Papa Paulo VI e o patriarca ecuménico Atenágoras, de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), que teve lugar a 5 e 6 de janeiro de 1964 no Monte das Oliveiras em Jerusalém.
Este foi o primeiro encontro em mais de 500 anos entre os máximos representantes da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa, divididas há mais de nove séculos.
OR/OC