Leão XIV diz que celebração vai decorrer no «final de novembro», reunindo vários líderes cristãos

Cidade do Vaticano, 18 set 2025 (Ecclesia) – O Papa vai assinar os 1700 anos do Concílio de Niceia com uma viagem à Turquia, participando numa celebração ecuménica.
“Estou muito interessado nisto e, com sorte, irei a Niceia no final de novembro”, disse em entrevista ao ‘Crux’, portal de informação religiosa dos EUA, e publicada hoje no livro biográfico ‘Leão XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI’.
Niceia, hoje a cidade turca de Iznik, recebeu em 325 o primeiro concílio ecuménico.
“Alguns imaginaram inicialmente que seria um encontro entre mim e Bartolomeu, o patriarca de Constantinopla, mas solicitei que se tornasse uma ocasião ecuménica para convidar líderes de muitas religiões ou comunidades cristãs diferentes a participar deste encontro”, adianta o Papa.
Leão XIV realça que “Niceia é um credo, é um dos momentos em que, antes que as diferentes divisões ocorressem, todos ainda podiam encontrar uma profissão de fé comum”.
O Papa assume que o diálogo ecuménico e a procura da unidade dos cristãos “deve ser um dos objetivos da Igreja hoje”.
“Já me reuni com vários patriarcas, incluindo o representante do patriarca Cirlio de Moscovo. Os ortodoxos russos, depois da Igreja Católica, são a maior denominação cristã do mundo, mas, devido à guerra, a certas declarações, essa separação tornou-se agora mais ampla em vez de mais estreita. Outro aspeto do meu serviço à Igreja e aos crentes é construir pontes também nesse sentido”, declara.
Questionado sobre o diálogo entre religiões, Leão XIV elogia o percurso feito por Francisco e diz que, “para o bem da paz mundial, não há outro caminho nesse sentido”.
“Não tenho medo de dizer que acredito em Jesus Cristo e que Ele morreu na cruz e ressuscitou dos mortos, e que juntos somos chamados a partilhar essa mensagem. Dizer isso não significa que vou desrespeitar, ofender ou iniciar uma cruzada contra pessoas de outras religiões, porque essa simplesmente não é a resposta, aprendemos isso ao longo da história”, assinala.
O Papa fala ainda do facto de ter sido eleito durante um ano jubilar, algo que não acontecia desde 1700, com Inocêncio XII.
“Ser chamado pela Igreja, pelos meus irmãos cardeais, para assumir este ministério específico como sucessor de Pedro, foi para mim, num sentido real, parte dessa peregrinação de morte e nova vida. Francamente, não é nada fácil renunciar a tudo o que era e tinha no passado e assumir um papel que é basicamente 24 horas por dia e tão público”, declarou.
Leão XIV observa que os primeiros meses de pontificado foram marcados por “grande parte dos tipos de conflito que o mundo está a viver”.
“No entanto, no meio disso, durmo bem, sinto muito a presença do Senhor, o Espírito Santo está comigo. Sei que há grandes desafios pela frente. Estou apenas a começar”, afirma.
OC