Francisco e Tawadros II assinalaram 50.º aniversário de histórico encontro entre responsáveis das Igrejas Católica e Copta-Ortodoxa
Cidade do Vaticano, 12 mai 2023 (Ecclesia) – O Papa anunciou este quinta-feira a decisão de inserir os 21 cristãos coptas mortos pelo Estado Islâmico na Líbia, em 2015, no elenco do Martirológio Romano.
“Não tenho palavras para expressar minha gratidão pelo precioso presente de uma relíquia dos mártires coptas mortos na Líbia em 15 de fevereiro de 2015. Esses mártires foram batizados não apenas na água e no Espírito, mas também no sangue, um sangue que é semente de unidade para todos os seguidores de Cristo”, disse Francisco ao patriarca Tawadros II, líder da Copta-Ortodoxa, do Egito, em visita ao Vaticano.
O Papa falou num “sinal da comunhão espiritual que une as duas Igrejas”.
A iniciativa assinalou o 50.º aniversário do encontro entre Paulo VI e Shenouda III, considerado um marco histórico nas relações entre a Sé de São Pedro (Roma) e a Sé de São Marcos (Egito).
Esse foi o primeiro encontro entre um Papa e o patriarca da Igreja Copta-Ortodoxa, assinalado com a assinatura, a 10 de maio de 1973, de uma declaração cristológica comum.
Depois da audiência geral de quarta-feira, que contou com intervenções de Francisco e Tawadros II, na Praça de São Pedro, as delegações das duas Igrejas reuniram-se esta quinta-feira, no Palácio Apostólico do Vaticano.
“Tenho o prazer de anunciar hoje que, com o consentimento de Vossa Santidade, estes 21 mártires serão incluídos no Martirológio Romano como sinal da comunhão espiritual que une as nossas duas Igrejas”, disse o Papa.
Francisco deixou votos de que “a oração dos mártires coptas, unida à da Theotokos [Mãe de Deus], continue a fazer crescer a amizade” das duas Igrejas.
O portal de notícias do Vaticano precisão que esta não é a primeira vez que a Igreja Católica inclui não-católicos no Martirológio Romano: em 2001, alguns santos das Igrejas Ortodoxas e Ortodoxas Orientais, que viveram após a separação das Igrejas, foram incluídos – Teodósio e Antônio de Pecherska (século XI), Estêvão de Perm’ e Sérgio de Radonezh ( XIV) e o santo arménio Gregório de Narek (século X) proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Francisco em 2015.
OC