Documento procura aproximação entre comunidades separadas desde o século V
Cairo, 28 abr 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco e Tawadros II, líder da Igreja Copta Ortodoxa, assinaram hoje no Cairo uma declaração conjunta, na qual assumem o objetivo de promover a “comunhão plena” entre as duas comunidades, separadas desde o século V.
“Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos pelo simples motivo de serem cristãos, recordam-nos mais do que nunca que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja-nos a prosseguir no caminho da paz e da reconciliação”, pode ler-se.
44 anos depois do último documento do género, os dois responsáveis sublinham a “amizade” que existe entre a Igreja Católica e o Patriarcado Copta Ortodoxo.
O texto, com 12 pontos, apresenta o Egito como “terra de mártires e de santos”, na qual os cristãos se encontram e dialogam sob a “herança comum” do Batismo.
Nesse sentido, o Papa e o patriarca de São Marcos assumem o compromisso de colocar um ponto final à prática do chamado ‘rebatismo’, com o reconhecimento recíproco deste Sacramento quando celebrado em qualquer das duas comunidades cristãs.
Francisco e Tawadros II deixam votos de que católicos e coptas ortodoxos possam “caminhar juntos” para a celebração conjunta da Eucaristia, colaborando nos mais diversos âmbitos, como a defesa da vida e do matrimónio.
A declaração apela à “coexistência pacífica” entre cristãos e muçulmanos, defendendo os direitos de todos os membros da sociedade egípcia, em particular a liberdade religiosa.
As duas Igrejas celebram anualmente, a 10 de maio, o Dia da Amizade Copto-Católica, evocando a visita de Tawadros II ao Vaticano, nessa data, em 2013.
OC