Ecumenismo: Papa alerta para «falsos modelos de comunhão»

Francisco recebeu em audiência os membros do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos

Cidade do Vaticano, 10 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa frisou hoje no Vaticano que o verdadeiro ecumenismo brota da ligação a Cristo, e alertou contra os “falsos modelos de comunhão que não geram unidade, antes a contradizem na sua essência”.

“A nossa conversão pessoal e comunitária, a nossa gradual configuração com Cristo. Este é o principal alicerce”, sustentou Francisco, durante uma audiência com os participantes de uma assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos.

A reunião deste dicastério da Santa Sé, atualmente presidido pelo cardeal suíço Kurt Koch, tem como tema “Unidade dos cristãos: que modelo de plena comunhão?”.

Na sua intervenção, publicada pelo serviço informativo do Vaticano, o Papa apontou que o ecumenismo deve ser “uma exigência” para cada cristão “mas não basta concordar na compreensão do Evangelho”.

“Ele não é conformidade nem proselitismo, que é um veneno para o caminho ecuménico”, pois as comunidades cristãs são chamadas a colaborar, não a “fazer concorrência”.   

Francisco apontou ainda que o ecumenismo também não pode partir da supressão de “tradições teológicas, litúrgicas, espirituais e canônicas”, pois isso seria ir contra o Espírito Santo”.

“É sim um caminho, com a sua própria tabela de marcha, os seus ritmos, às vezes lentos e outras vezes mais acelerados; requer esperas, tenacidade, fadiga e esforço; não anula conflitos nem cancela contrastes. Todavia, quem percorre este caminho é confortado pela contínua experiência de uma comunhão felizmente avistada, mesmo que não ainda alcançada”, acrescentou.

O Papa recordou a sua recente visita à Suécia onde participou nas comemorações dos 500 anos da Reforma e dos 50 anos do início do diálogo ecuménico.

Uma viagem que avivou o princípio desse diálogo, formulado em 1952, e que exorta os cristãos a “fazerem juntos todas as coisas, menos nos casos em que as profundas dificuldades de convicção imponham uma ação separada”.

Francisco explanou depois a dupla dimensão que deve ser ponto de partida para o ecumenismo.

 “Qual é a relação que mais une todos nós do que sermos pecadores e ao mesmo tempo alvo da infinita misericórdia de Deus, a nós revelada por Jesus Cristo? Todas as divergências teológicas que ainda dividem os cristãos apenas serão superadas neste caminho”, concluiu.

JCP

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Agência ECCLESIA

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