Lisboa, 12 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco e Cirilo, patriarca de Moscovo (Igreja Ortodoxa Russa), vão ser os primeiros das duas Igrejas a encontr-se, após quase mil anos de separação.
A Igreja Ortodoxa Russa é uma Igreja de tradição bizantina, ou seja, reconhece, como a Igreja Católica, os sete Concílios Ecuménicos do primeiro milénio (do I Concílio de Niceia, em 325 ao II Concílio de Niceia, em 787).
Moscovo é uma Igreja autocéfala [com primaz próprio e jurisdição num território] desde 1448 e patriarcal desde 1589, ocupando o quinto lugar na ordem das Igrejas Ortodoxas.
Do ponto de vista numérico, no entanto, é a mais importante pelo número de fiéis, com quase dois terços dos ortodoxos no mundo – cerca de 200 milhões- e reivindica jurisdição em 14 países.
Cerca de 350 mil ortodoxos russos (entre os quais 140 mil membros do clero e 400 bispos) foram perseguidos pela sua fé entre 1917 e 1941, sob o regime soviético.
A reconstrução da Catedral de Cristo Salvador, dinamitada por ordem de Estaline, em 1931, foi reconstruída e inaugurada no ano 2000, tonando-se o símbolo do renascimento da Igreja russa.
A Igreja Ortodoxa Russa participará no Concílio pan-ortodoxo que vai ter lugar em Creta por ocasião do Pentecostes ortodoxo, de 16 a 27 de junho de 2016.
Ortodoxos e católicos encontram-se divididos desde o Cisma do Oriente, em 1054, data em que trocaram excomunhões o Papa Leão IX e o patriarca de Constantinopla Miguel Cerulário; as excomunhões foram levantadas em 1965, mas as Igrejas não recuperaram ainda a unidade plena.
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