D. Virgílio Antunes destaca necessidade de «trabalhar muito ativamente para que a paz seja uma realidade» face ao contexto mundial
Coimbra, 21 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra sublinhou a necessidade de as Igrejas Cristãs prosseguirem nos caminhos da unidade e da comunhão, fazendo parte de um “mesmo corpo”, sem distinções nem reservas.
“O facto de as igrejas, cristãs concretamente, não estarem unidas e não caminharem na unidade e no amor é um prejuízo para a humanidade toda, não é simplesmente para a fé, para a igreja, é para a humanidade toda, porque esse é o desejo grande de Deus e é aquilo que nos realiza e que nos faz felizes”, afirmou D. Virgílio Antunes, em declarações à Agência ECCLESIA.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos celebra-se entre 18 e 25 de janeiro, centrada no tema “Crês nisso? no ano em que se assinala o 1700º aniversário do primeiro Concílio Ecuménico, realizado em Niceia.
À margem da Jornada Diocesana de Formação, este sábado, no Seminário Maior de Coimbra, o bispo diocesano referiu que a Igreja não pode viver sem ter em conta aquilo que se passa à sua volta, indicando que “tudo aquilo que diz respeito à humanidade, diz respeito à Igreja”.
“Neste contexto em que nós estamos, que é tão difícil, tão duro, como tem sido ressaltado muitas vezes, sobretudo pela voz do Papa, como uma voz autorizada que fala em São Pedro e que chega ao mundo todo, nós de facto não podemos aceitar e temos de trabalhar muito ativamente para que a paz seja uma realidade, para que a paz seja possível”, realçou.
D. Virgílio Antunes ressaltou ainda a importância de empreender esforços “para que nunca alguém diga que está a combater, seja quem for, em nome de Deus, em nome de uma religião ou em nome de uma fé”.
“É a contradição mais forte daquilo que possa ser o nome de Deus, que possa ser a fé concretamente, a fé cristã, mas inclusivamente aquilo que é a autenticidade e a verdade de qualquer outra religião”, salientou, acrescentando que tal é crucial no tempo atual.
“Pensámos que isso fosse já uma questão do passado, que já se tivesse ultrapassado essas divergências, essas formas de entender inclusivamente as religiões, mas às vezes ainda ficam alguns resquícios de uma mentalidade antiga que é preciso renovar”, alertou.
Para assinalar o oitavário, o bispo de Coimbra informa que ao longo da semana acontece em Coimbra uma celebração diocesana, com a participação de membros das diferentes Igrejas.
D. Virgílio Antunes refere que este é também um tempo de encontro, em que acaba por haver convívio, uma realidade que às vezes não é vivida durante os outros dias do ano.
“No passado éramos muito distantes uns dos outros, nem nos conhecíamos. Agora, felizmente, cruzamo-nos em todos os lugares e, portanto, há já uma predisposição maior para que este encontro e este diálogo se realizem, dadas as circunstâncias em que estamos a viver atualmente na Europa e em Portugal”, concluiu.
Para este ano de 2025, as orações e reflexões para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foram preparadas pelos irmãos e irmãs da comunidade monástica de Bose, no Norte da Itália, e a celebração ecuménica nacional de abertura do oitavário decorreu na tarde deste sábado, na Paróquia Lusitana de São João Evangelista, em Vila Nova de Gaia.
LJ/OC