Iniciativa realiza-se no dia 25 de janeiro, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, com o tema «Crês nisto?»
Lisboa, 20 jan 2025 (Ecclesia) – João Calaim, da organização do Encontro Cristão de Sintra, que se realiza no dia 25 de janeiro, no Centro Cultural Olga Cadaval, afirmou que esta iniciativa permite aos cristãos conhecerem-se uns aos outros e aprender na diversidade.
“Nós estamos na 15ª edição, para mim, que tenho estado desde o início, é de uma riqueza tremenda o poder conhecer diferentes tradições cristãs, diferentes formas de experimentar e viver a fé cristã, e para mim isso é uma fonte de riqueza”, referiu o cristão da Igreja Evangélica de Sintra, em entrevista ao Programa Ecclesia, transmitida hoje na RTP2.
“Crês nisto?” é o tema da XV edição do Encontro Cristão, inspirado no diálogo entre Jesus e Marta, quando Jesus visitou a casa de Marta e Maria em Betânia, após a morte de seu irmão Lázaro, conforme narra o evangelista João.
João Calaim fala que o episódio fala de “algo que é comum a todos os seres humanos”, a morte, havendo um momento de perda e dor, realçando que esta é uma mensagem universal a todos os seres humanos e “particularmente aos cristãos”.
“Que diferença faz?” é a segunda pergunta que o XV Encontro Cristão propõe que, de acordo com o responsável, é o reflexo da ideia para o encontro, de abrir espaço à diversidade.
“Para cada pessoa essa resposta pode ser de uma determinada forma, cada um lida com a morte da sua forma, apesar da morte ser universal […] e nós gostaríamos de dar muito destaque a isso”, afirmou.
Luís Parente Martins, da Igreja Católica, destaca a importância de perceber, num mundo tão polarizado, as pessoas com identidade própria, com convicções de alguns pontos diferentes, mas que mesmo assim conseguem encontrar algo em comum.
“É importante nós colocarmo-nos no lugar do outro, eu como evangélico, conhecer quem é um católico, como vive a sua fé, colocar-me, ter empatia, e isso vai mudar a minha vida também e vai-me tornar de certeza um melhor cristão também”, realçou.
O médico cardiologista ressalta que hoje existem menos resistências ao caminho conjunto entre cristãos e que os participantes do encontro cristão já não fazem sequer a pergunta: “De que Igreja é que tu és?”.
“Temos notado uma diferença grande desde o início até agora. Vemos que as pessoas estão mais abertas a conhecerem-se uns aos outros”, sustentou João Calaim.
O XV Encontro Cristão vai ter um ponto de escuta, indica o cristão da Igreja Evangélica: “É importante nós escutarmos o outro, conhecermos o outro e assim irmos limando dentro dos nossos relacionamentos”.
Em 2024, o Encontro Cristão lançou o “Ponto de encontro”, que passa por ajudar pessoas de várias Igrejas Cristãs, que estão com dificuldade em diversos campos (social, psicológico, económico), colocando-as em contacto com instituições que melhor as podem ajudar.
Além do encontro, Igrejas Cristãs colaboram com associações de apoio social, promovendo atividades ao longo dos anos, tendo acolhido uma família síria. “Percebemos que sozinhos não conseguiríamos. E juntando valências, conseguimos dar acolhimento a uma família. Ou na visita a pessoas idosas à noite, onde podíamos ir entregar comida, ou dar um apoio, dar um tempo de palavra, também foi feito em parceria”, contou João Calaim. Luís Parente Martins fala que intenção é “escutar cada um”, fazendo um caminho empático de “viver a realidade do outro”. “Nós não fazemos uma diferenciação no sentido de se é muçulmano, se é católico, se é ateu. Depois fazemos um encaminhamento que seja de acordo com a sua convicção”, referiu. |
Em 15 anos, o cristão da Igreja Católica salienta que “não houve ninguém que saísse zangado” do Encontro Cristão, uma vez que “cada um se sente acolhido” e “respeitado”.
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