Ecumenismo é um caminho de peregrino

No encerramento da Semana da Unidade dos Cristãos, D. Fernando Soares aponta os sinais positivos A Igreja da Trindade, no Porto, foi ontem palco da Celebração Nacional de Encerramento da Semana da Unidade dos Cristãos. Uma noite que juntou mais de 500 pessoas que “estão já sensibilizadas para um espírito ecuménico”, manifestando que é possível criar um clima “de adesão e através da oração em comunidade podem encontrar-se sinais para uma unidade”, aponta o Bispo Fernando Soares da Igreja Lusitana. O ecumenismo realiza-se pela adesão de diversas partes. O bispo da Igreja Lusitana refere que a partir do Segundo Concílio do Vaticano, “a Igreja desenvolveu uma acção de abertura às outras comunidades religiosas, particularmente às cristãs”. Mas aponta a necessidade de “que as outras comunidades religiosas adiram também a este movimento”. Especificamente em Portugal “temos diversas igrejas que ainda não partilham este espírito ecuménico”, refere D. Fernando Soares. “Ao longo destes 40 anos, muita coisa mudou. E as mudanças geracionais proporcionam essa abertura, que se vai sentindo cada vez mais”, acrescenta. Esta unidade tem, num primeiro plano de passar “por uma verdadeira adesão de pessoas simples das igrejas, nas comunidades mais simples”. E o Bispo da Igreja Lusitana recorda o exemplo que se vive em Vila Nova de Gaia onde duas comunidades, da Igreja lusitana e da Igreja Católica “todos os meses se juntam para rezar pela unidade, alternando o local, com uma tradição instituída”. Através destes exemplos “se vai cimentando uma relação e adesão a este princípio fundamental da busca da unidade, até para sermos mais eficazes no nosso testemunho do Evangelho”, sublinha. Regista-se de qualquer forma que “o ecumenismo em Portugal não está totalmente distribuído”, porque em muitas zonas do país não existem Igrejas não católicas, tornando-se por isso mais difícil esta relação. “Mas há cada vez mais consciência que a unidade entre as Igrejas cristãs é um elemento essencial para o desenvolvimento do trabalho em prol da humanidade, na busca pela paz, da justiça e solidariedade”, refere D. Fernando Soares. “As mudanças não acontecerão de um dia para o outro”, porque “tudo que exige mudança profunda na mente e coração das pessoas exige tempo e paciência”, e também perspicácia pois no processo “muitas vezes nem se tem noção do que vai acontecer. Sabemos que precisamos de fazer a nossa parte” e a unidade é um “caminho de peregrinação” feito de atenção, “de ouvir o outro, de compreensão, de ajuda mútua”. A celebração ontem contou com a presença de D. João Miranda, Administrador Apostólico do Porto, D. António Marto, Presidente da Comissão para a Doutrina na Fé, Bispo Sifredo Teixeira da Igreja Metodista e D. Manuel Felício, que representa Portugal nos encontros preparatórios para a III Assembleia Ecuménica Europeia. O Bispo Fernando Soares da Igreja Lusitana, vai acompanhar D. Manuel Felício a Witenberg, em Fevereiro próximo. Neste segundo encontro preparatório da Assembleia Ecuménica Europeia, “pretende-se equacionar as diversas temáticas e definir um programa para a Assembleia”, explica D. Fernando Soares. “Através da partilha vamos percebendo o que acontece noutros países e também nós vamos partilhar as experiências portuguesas”, afirma. Uma peregrinação de unidade, que começou no Fórum Ecuménico Jovem na Guarda, no ano passado, está a passar por todas as dioceses “ e levaremos esta experiência de vivência ecuménica que juntamente com outras que decorrem nos países europeus se possa dar um contributo para o enriquecimento do programa da Assembleia Europeia”, finaliza.

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