Ecumenismo: Casal cristão de diferentes confissões testemunha unidade «no amor»

Aveiro, 21 jan 2016 (Ecclesia) – Dina Rego e Alberto Teixeira são um casal cristão de Igreas diferentes, onde a “liberdade” das “escolhas individuais” se conta em 21 anos de casamento e numa família ecuménica, como testemunharam à Agência ECCLESIA.

“Eu acho que a liberdade é muito importante. É fundamental da pessoa humana e cada um tem de escolher o seu caminho, aquilo que faz mais sentido e permite ter uma vida mais verdadeira, de maior honestidade connosco próprios”, revela Dina Rego, que professa o credo católico.

Alberto Teixeira quando conheceu a sua futura esposa já tinha deixado a Igreja Católica Romana e um “caminho” de procura interior levou-o “até uma igreja em Benfica, sob o Patriarcado da Polónia” onde ingressou.

“Quando começou a relação de maior proximidade e maior intimidade era bom que a nossa Igreja fosse a mesma mas era perfeitamente natural que as escolhas fossem individuais”, frisa a entrevistada.

Dina Rego explica que, às vezes, “havia algumas questões que se colocavam” mas não havia outra forma fruto do “amor” que sentiam um pelo outro não havia outra forma.

“Nós ou amamos a pessoa inteira, tal e qual como ela é, ou então não há outra maneira e foi um percurso que acabou por ser normal”, observa a professora de educação especial.

Já Alberto Teixeira destaca o “passo longo, muito longo” de Dina e recorda que o mais difícil talvez tivessem sido as celebrações ortodoxas quando ela o acompanhava, dado que afinal “passou dos 45 minutos, na celebração rápida de algumas igrejas romanas, para quatro horas”.

Em julho 1994, celebraram um casamento ortodoxo reunindo na celebração e na mesa deste dia marcante ortodoxos, católicos e evangélicos.

Segundo recorda Dina Rego, a cerimónia ortodoxa “teve toda a amizade das pessoas que estavam” e um “cariz, de alguma maneira, ecuménico”, um ritual “muito bonito” ao contrário de qualquer “outra cerimónia ortodoxa” que para si “eram muito longas”.

“Não era o que estava habituada, o ritual do casamento é muito bonito. O facto de termos uma coroa de flores naturais, fazemos uma pequena procissão como passando a ser príncipes ou reis de uma nova família, príncipes filhos de Deus”, relembra.

Há 21 anos ainda viviam em Lisboa e Alberto Teixeira conta que celebraram o casamento numa “capelinha perto do Rio Sado”.

“O presbítero da capelinha era pescador, o padre era amigo nosso, todo o ambiente foi de festa feliz, muito natural”, acrescenta o sociólogo de formação.

Agora vivem em Aveiro e têm uma filha educada na Igreja Católica Romana e no seu caminho de vida nesta família ecuménica vence o fundamento do amor

‘Chamados a proclamar as maravilhas do Senhor’, da primeira Carta de São Pedro (1 Pedro 2, 9-10), é o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que termina este domingo.

A unidade entre as Igreja cristãs é designada em sentido mais restrito por ecumenismo, processo de procura pela unidade, e ecuménico designa “toda a terra habitada”.

SN/CB

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Agência ECCLESIA

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