D. António Vitalino questiona opções económicas, laborais e sociais tomadas em Portugal
Beja, 16 jan 2013 (Ecclesia) – O bispo de Beja considera que “as sociedades mais desenvolvidas são as que apostaram na educação, na investigação e na disciplina”, áreas nas quais Portugal tem de “investir e não fazer cortes”.
Na nota semanal enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino questiona as opções económicas, laborais e sociais tomadas em Portugal, perguntando como é possível que “num país pobre, que não produz o valor do que consome, é possível pagar as dívidas sem consumir menos e sem maior equidade nas remunerações”.
“Porque é que uns se julgam mal remunerados com vencimentos vinte ou mais vezes superiores à grande maioria dos portugueses, que tem de sobreviver com o salário mínimo, sem ajudas de custo, ou com a reforma mínima e se afirma que não pode haver aumentos para ninguém?”, interroga.
O prelado procura igualmente resposta para o motivo de haver funcionários que “recebem reformas depois de 8 anos, ou menos, de desempenho de uma função e outros só depois dos 65 anos”.
“Nós mesmos contribuímos para aumentar o fosso das desigualdades, porque estamos pouco atentos uns aos outros e não nos interessamos em aprofundar os nossos conhecimentos e aperfeiçoar as nossas capacidades”, frisa.
D. António Vitalino lembra que a diocese está a atravessar um processo de auscultação dos seus fiéis através do sínodo, pelo que apela ao “diálogo” e ao estabelecimento de “hábitos de escuta, de oração e de reflexão” sobre a fé cristã.
A nota recorda que o primeiro documento do Papa Paulo VI (1897-1978), decorria então o Concílio Vaticano II (1962-1965), convocou a Igreja para “apurar a consciência da sua natureza e missão” e “incrementar o diálogo interno e com o mundo a que se destina”, consolidando um “dinamismo de conversão e atualização” que “tem de continuar”.
“Mais que nunca, precisamos de meios de comunicação, para avivar a fé, animar a esperança e fortalecer a caridade, a fim de atingirmos a maturidade social e eclesial, tornando-nos fermento de uma nova sociedade”, acrescenta o membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
O responsável também assinala os 85 anos do semanário ‘Notícias de Beja’, pertencente à diocese, salientando que a melhor maneira de expressar “gratidão” à equipa do jornal é colaborar nos conteúdos e custos.
No entender de D. António Vitalino houve uma “evolução vertiginosa” no campo dos media, pertencendo à diocese “avaliar” os “meios mais eficientes e económicos e fazer novas experiências de comunicação”.
RJM