Economia: Governo deve reforçar competitividade das empresas para criar mais emprego, diz responsável da Cáritas

«O que se pede ao Estado é que tenha a suficiente competência para tornar a vida social mais justa», considera José Frias Gomes

Lisboa, 04 dez 2012 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas da Diocese de Lisboa considera que o Governo deve “reforçar a capacidade competitiva das empresas para criar mais emprego”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, José Frias Gomes afirmou que o aumento do desemprego “é uma constatação alarmante” e disse estar convencido que o “poder político está sensibilizado” para o fenómeno.

“O trabalho é algo de fundamental numa sociedade, não só pela remuneração mas sobretudo pela capacidade de realização das pessoas”, frisou.

Entre as medidas “desadequadas” que têm sido tomadas pelo executivo de Pedro Passos Coelho incluem-se, no entender do dirigente, as reduções dos apoios aos desempregados, idosos e deficientes.

“O que se pede ao Estado é que tenha a suficiente competência para tornar a vida social mais justa, o que trará mais paz; se não vamos estar todos em pé de guerra”, observou.

O responsável da instituição católica de solidariedade e ação humanitária no Patriarcado de Lisboa deseja que o diálogo entre partidos e grupos sociais se faça “de forma calma e ponderada, sem gritos e tensões exacerbadas”.

“Admito que tanto o governo como a oposição estão a dar os seus contributos num quadro de boa fé, porque o que interessa é salvar Portugal”, acrescentou.

José Frias Gomes recusa fazer “uma crítica fácil e ligeira” ao executivo, dado que não está na posse de “todos os dados todos que enformam as decisões”.

“Contra os factos da economia, que podemos fazer? Lamentá-los e tentar obviá-los, o que procuramos fazer através dos nossos projetos”, apontou.

O dirigente da Cáritas sublinhou que “nos últimos anos” a sociedade portuguesa “viveu muito de alguma exuberância e de alguns excessos”, afastando a espiritualidade das “preocupações do dia a dia”.

“Agora as pessoas confrontam-se com o facto de não terem um fundo espiritual que as possa ajudar a superar a situação” de crise, acentuou, referindo que tem “muita esperança” na melhoria da economia portuguesa e das condições de vida dos mais desfavorecidos.

A taxa de desemprego em Portugal subiu para 16,3% em outubro, acima dos 16,2% de setembro, sendo a terceira mais alta entre os Estados-membros da União Europeia, segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Eurostat.

Na comparação com outubro do ano passado, a taxa de desemprego em Portugal subiu de 13,7% para 16,3%.

RJM/OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR