Economia: Arcebispo de Braga diz que é preciso «arrepiar novos caminhos»

D. Jorge Ortiga na missa em memória do empresário e filantropo português Manuel Gonçalves

Braga, 21 out 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga celebrou esta terça-feira uma eucaristia por ocasião do centenário do nascimento de Manuel Gonçalves, industrial de renome na região e fundador de uma das maiores empresas têxteis do país.

Durante a eucaristia, na igreja de S. Cosme do Vale, em Vila Nova de Famalicão, D. Jorge Ortiga enalteceu a forma “ousada e corajosa” como Manuel Gonçalves “criou, do nada, uma empresa de referência mundial”.

Uma empreitada que, segundo o prelado, “deve alimentar” hoje o “espirito” do país e das pessoas, para “acreditarem nos seus talentos e capacidades”.

Para o arcebispo de Braga, é essencial recordar o exemplo do empresário, quer ao nível do empreendedorismo quer da solidariedade, numa época marcada pela crise socioeconómica e pelo individualismo.

“Aceitando o seu testemunho, somos animados a arrepiar novos caminhos, tal como ele o fez”, apontou.

No campo da economia, prosseguiu o prelado, faltam hoje “vozes autorizadas, vozes proféticas, vozes que, pela fé se inspirem nas realidades sobrenaturais para elevar o Homem acima de qualquer critério utilitarista”.

Faltam também visões conciliadoras e justas, que permitam a todos os agentes que se movem neste campo colherem os frutos do seu trabalho e do seu empenho, e pôr de parte “desigualdades escandalosas”.

“No mundo laboral, alguns são patrões e outros operários. Distinção de papéis não pode significar oposição. Se todos acreditarem que estão ao serviço de um bem comum – como é o sucesso de uma empresa – aos poucos os comportamentos transformam-se e o bem dos outros nutre a minha própria felicidade”, sustentou.

A homenagem a Manuel Gonçalves, acrescentou D. Jorge Ortiga, tem como sentido destacar a importância de “dar continuidade a projetos que conduzam ao bem-comum”, não só a “proveitos pessoais”.

“O comendador Manuel Gonçalves não se enriqueceu apenas a si. Pela sua entrega, desde pequeno, e particularmente quando ficou órfão de pai e de mãe, ofereceu bem-estar aos irmãos, à família e a muitos outros. Honremo-lo e imitemo-lo, sem desistir dos nossos sonhos e projetos”, concluiu.

JCP    

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