Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes publica mensagem em que alerta para impacto ambiental do setor
Cidade do Vaticano, 27 set 2012 (Ecclesia) – O Vaticano apelou a um maior investimento na sustentabilidade energética das atividades turísticas, para fazer face às alterações climáticas, e pediu uma “redução das emissões” de gases com efeito de estufa no setor.
“Com o objetivo de tornar sustentáveis os destinos turísticos, devem promover-se e apoiar todas as iniciativas que sejam energeticamente eficientes e com o menor impacto ambiental possível”, assinala a mensagem do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes para a Jornada Mundial do Turismo 2012, que se celebra hoje.
O documento, enviado à Agência ECCLESIA, destaca que o conceito de “desenvolvimento sustentável” está já implementado na sociedade, pelo que o Turismo “não pode nem deve permanecer à margem”, procurando usar as energias renováveis, promover a “conservação dos recursos” e evitar “a contaminação”.
“É necessário cultivar a ética da responsabilidade e da prudência, interrogando-nos sobre o impacto e sobre as consequências das nossas ações”, frisam os responsáveis da Santa Sé.
A própria Igreja, refere o texto, tem de oferecer “estruturas turísticas” caraterizadas, entre outras coisas, “pelo seu respeito para com o ambiente”.
“Quando falamos de ‘turismo sustentável não nos referimos a uma modalidade entre outras, como poderia ser o turismo cultural, o de praia ou o de aventura. Qualquer forma e expressão de turismo deve ser necessariamente sustentável”, indica o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
A jornada promovida anualmente pela Organização Mundial do Turismo (OMT) tem como tema ‘Turismo e sustentabilidade energética: propulsores do desenvolvimento sustentável’.
O Vaticano associa-se à iniciativa, em sintonia com o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, proclamado pelas Nações Unidas em 2012.
A mensagem do Conselho Pontifício que acompanha o setor observa que o Turismo “contribui para o aquecimento global”, mas é também “vítima do mesmo”.
A OMT prevê que este ano se chegue a mil milhões de chegadas de turistas internacionais, número que duplicaria no ano de 2030.
“Tal crescimento, que tem certamente efeitos positivos, pode causar um forte impacto ambiental, devido, entre outros fatores, ao consumo desmesurado dos recursos energéticos, ao aumento de agentes poluentes e à produção de resíduos”, pode ler-se.
A mensagem admite que os hábitos quotidianos estão a mudar e que existe uma “maior sensibilidade ecológica”, mas alerta para o risco de “esquecer estas motivações durante o período de férias”.
“Será importante encorajar quer os empresários quer os turistas a fim de que tenham em conta as repercussões das suas decisões e comportamentos”, assinala o documento.
A Santa Sé deixa um convite a “promover e a utilizar o turismo de forma respeitosa e responsável, permitindo que ele desenvolva todas as suas potencialidades”.
OC