Ecologia: «Tempo da Criação» une comunidades cristãs para momentos de ação e oração, em defesa da natureza

Tema inspirou manifesto dos jovens participantes no IV Congresso Internacional sobre o Cuidado da Criação, que decorreu em Lisboa

Lisboa, 18 ago 2023 (Ecclesia) – Igrejas e comunidades cristãs de todo o mundo vão unir-se, de 1 de setembro a 4 de outubro, para uma nova edição do ‘Tempo da Criação’, que promove momentos de ação e oração, em defesa da natureza.

A iniciativa, que em 2023 tem como tema ‘Que a Justiça e a Paz Fluam’, conta com o apoio do Papa e centra-se em temas que marcaram diversos momentos ecológicos e ecuménicos na JMJ de Lisboa.

O encontro, na capital portuguesa, foi antecedido pelo IV Congresso Internacional sobre o Cuidado da Criação, com o tema ‘O compromisso dos jovens com a ecologia integral. Estilos de vida para uma nova humanidade’, do qual resultou um “manifesto dos jovens participantes”, entregue ao Papa Francisco.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, propõe uma série de “compromissos” para as novas gerações, a começar por uma “conversão ecológica pessoal”, um consumo responsável ou a promoção de “sinergias amplas” para a defesa do ambiente.

“As dimensões planetárias da crise ecológica são tais que requerem a colaboração de todos na busca de soluções eficazes e duradouras”, indica o manifesto.

O documento apela à união dos jovens e à intervenção da Igreja Católica “para a proteção da criação” e a “necessária mudança de paradigma para uma ecologia integral”.

Os jovens dirigem-se ao mundo da economia, para defender o “fim de estratégias comerciais que geram desperdícios e todo o tipo de dependências nocivas” e a avaliação do “impacto ambiental e social”.

“Pedimos que os grandes desafios que ameaçam a vida e os lares de milhões de pessoas sejam, sem mais demoras, seriamente resolvidos, por exemplo: Imploramos-vos que baixem as armas e acabem com todas as guerras, e que abordem as consequências previsíveis da perturbadora subida do nível do mar”, indica o manifesta, dirigindo-se aos responsáveis políticos.

São necessários mecanismos eficazes e vinculativos para cuidar da biodiversidade, com a participação das comunidades locais. A boa gestão dos resíduos e a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e dos produtos químicos perigosos também têm de ser prioridades em todo o lado”.

O ‘Tempo da Criação’ começa a 1 de setembro, “Dia de Oração pelo Cuidado da Criação”, com uma celebração ecuménica, e termina na festa de São Francisco de Assis, 4 de outubro.

Na sua mensagem para esta iniciativa, divulgada em maio, o Papa denunciou uma “guerra sem sentido” contra o ambiente, com particular preocupação para a destruição dos recursos hídricos.

“O consumismo voraz, alimentado por corações egoístas, está a transtornar o ciclo da água do planeta. O uso desenfreado de combustíveis fósseis e a destruição das florestas estão a criar uma subida das temperaturas e a provocar secas graves”, escreve Francisco.

O texto alude às “vítimas da injustiça ambiental e climática” e aponta os “efeitos desta guerra” contra a natureza “em muitos rios que estão a secar”.

O Papa desafia os líderes mundiais, que vão estar presentes na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), de 30 de novembro a 12 de dezembro, no Dubai, a “ouvir a ciência e começar uma transição rápida e equitativa, para acabar com a era dos combustíveis fósseis”.

OC

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Agência ECCLESIA

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