Ecologia: «Não há plano B porque não há planeta B» – Secretário de Estado do Ambiente

Primeira conferência do ciclo «Nova Ágora», em Braga, promoveu um debate com um olhar otimista sobre o ambiente, uma «eco-deprimida» e um educador de costumes

Braga, 02 Mar 2018 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Ambiente afirmou hoje no ciclo de conferências ‘Nova Ágora’ que é preciso mudar comportamentos ecológicos “em todas as geografias” porque não há um “planeta B”.

“Não há plano B na questão ecológica porque não há um planeta B”, disse José Mendes, referindo sentenças repetidas em diferentes estruturas do setor.

Para o secretário de Estado do Ambiente, “é preciso fazer um trabalho em todas as geografias e em todos os setores” para “limitar as emissões de gazes de efeito estufa”.

“Estamos todos convidados, indivíduos, família, empresas, países”, lembrou José Mendes, afirmando-se “otimista” em relação à mudança de comportamentos dos cidadãos.

“Eco-deprimida” é, por seu lado, como se considera Sofia Guedes Vaz, da Sociedade Ética Ambiental.

Na intervenção no ciclo Nova Ágora, a licenciada em engenharia ambiental e doutorada em filosofia ambiental, lamenta que a mudança de comportamentos no setor do ambiente aconteça apenas por “via do preço”.

“Só quando bate à porta via preço é que tudo muda”, sublinhou, exemplificando com os custo dos sacos de plásticos.

“É tão deprimente que durante 40 anos não tenhamos acabado com os sacos plásticos e depois, por 10 cêntimos, tudo muda”, afirmou.

Francisco Ferreira, da Associação Zero, alertou no Auditório Vita, da Arquidiocese de Braga, que “há tanta coisa a mudar” no domínio do ambiente, como “não utilizar carro” ou “deixar de beber água de garrafas e utilizar apenas a da torneira”.

“O planeta não aguenta este ritmo de consumo. Utilizamos a atmosfera como um esgoto, como utilizamos alguns rios”, alertou Francisco Ferreira.

Para o ecologista, é necessário mudar os “estilos de vida” e as “condutas” dos “políticos, dos países, da comunicação social”.

“A nossa felicidade não assenta no consumo”, afirmou, desafiando a que a lógica da substituição seja mudada pela da reparação.

O projeto ‘Nova Ágora’ foi iniciado pela Arquidiocese de Braga em 2015 e pretende debater assuntos que interessam a sociedade com olhares plurais, propostos por investigadores e profissionais de diferentes setores.

Depois da ecologia, a ‘Nova Ágora’ vai ainda promover a reflexão à volta de outros dois temas durante este mês de março, nos dias 9 e 16: ‘Cidadania e Responsabilidade Social’ e do ‘Envelhecimento e da Qualidade de Vida’.

PR

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Agência ECCLESIA

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