É preciso repor a verdade na cultura

Patriarcado de Lisboa deu início a um programa de conferências dedicado aos valores transcendentais Não há uma evangelização verdadeira e completa sem repor a verdade na cultura. O desafio foi lançado ontem à noite pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa. “Não há evangelização verdadeira e completa sem repormos corajosamente na nossa cultura e dentro da própria Igreja o desafio da verdade. A mim preocupa-me a mentira, aliás, não gosto de mentirosos e penso que isso foi uma característica de todos os tempos, mas hoje preocupa-me mais que a mentira se confunda com a verdade, que tenha os mesmos direitos da verdade”, sublinhou. D. José Policarpo falava na primeira das três sessões do programa “Ecce Homo”, dedicado aos 40 anos da «Populorum Progressio», encíclica de Paulo VI que marca a Doutrina Social da Igreja. “Eis o Homem!” dá o mote a uma série de três conferências em que intervêm seis personalidades de renome que dialogarão, à luz da “Populorum Progressio”, sobre os valores transcendentais: a Verdade, o Bem e o Belo. Segundo o Patriarcado de Lisboa, “inspiradoras do conteúdo e da designação do Projecto estão as expressões devidas a um dos derradeiros interlocutores de Jesus Cristo, no decurso da sua Paixão, ao colocar a pergunta deixada em aberto «Que é a verdade?… » para depois manifestar, sem se aperceber, no seu «Eis o Homem!», a profunda solidariedade que o Cristo de Deus mantém com a história dos homens”. O debate começou com João Lobo Antunes a explicar os vários sentidos que a verdade tem assumido na ciência ao longo do tempo. Este neurocirurgião mostrou também como o cérebro humano pode ajudar a descobrir a verdade. Por fim, o filósofo Manuel Carmo Ferreira falou da crise da verdade. “O maior perigo na sociedade contemporânea é usar a verdade como instrumento de poder. Essa instrumentalização da verdade é sempre uma patologia da razão, da comunidade e produz os efeitos mais perversos em todos os planos da existência. Não só no plano da inteligência, mas no plano da acção, da convivência. Destrói o fundamento, mesmo, que é a verdade”, argumentou. O Programa prossegue a 10 de Maio, com um debate sobre o “Bem” que conta com a intervenção de António Guterres, Alto-Comissário das Nações Unidas para ao Refugiados, e Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares. A moderação está a cargo de José Luís Ramos Pinheiro, Administrador do Grupo Renascença. (Com Rádio Renascença)

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top