É possível um modelo social e económico europeu?

Diferenças sociais criam fortes obstáculos

A forte expansão do mercado comum e a capacidade de regular o mercado que a Europa possuiu não lhe dão a garantia de criar um modelo social e económico para toda a Europa.

A questão esteve em debate na primeira edição dos “Dias Sociais Católicos para a Europa”, promovidos pela COMECE (Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia) que decorre em Gdansk até ao próximo Domingo.

Elmar Brok, Deputado no Parlamento Europeu (Alemanha) recordou a grande produtividade da União Europeia e a força do seu mercado para sustentar a capacidade de propor medidas que evitem o proteccionismo e criam, a nível internacional, regras sociais e económicas baseadas na dignidade humana. “A União Europeia tem um compromisso a desenvolver nessa área”. “A economia de mercado não pode colocar em causa a dignidade humana, fazendo memória da sua história”, sublinhou.

Por sua vez, José T. Raga Gil, Professor de Economia (Espanha), descreveu as diferentes situações a nível social e económico dos Países da União Europeia para sustentar a impossibilidade de ser criado um modelo único. “É difícil imaginar uma política social comum”, afirmou Raga Gil, justificando-se pelas variáveis dos indicadores sociais de cada país. “As diferenças são tão grandes que não podemos elaborar o modelo social europeu. Apenas fica no domínio teórico, o que é muito vago”, referiu.

 Desafios aos cristãos

Numa de ocasião renovação da Comissão Europeia, em curso, as propostas que tenham por objectivo a igualdade social na Europa, a concretização da solidariedade entre os europeus e a denúncia de situações de pobreza, são oportunas. Anne-Laure de Coincy alertou os participantes nos “Dias Sociais Católicos para a Europa” para essa necessidade. A Secretária-Geral Adjunta no Secretariado Geral dos Assuntos Europeus, em França, desafiou os cristãos a aproveitarem o momento actual para fazerem chegar os valores sociais por que se regem aos organismos da Comunidade Europeia. Um meio será a denúncia dos casos de pobreza existentes na Europa.

Falando em projectos de “economia social de mercado” em curso na Europa, de políticas sociais e de solidariedade entre os Países Membros, Anne-Laure de Coincy constatou a necessidade do muito que há ainda por fazer no âmbito da igualdade social.

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