É possivel ter uma segunda vida?

www.secondlife.com

Com a massificação da Web 2.0, cada um dos utilizadores deixou de ser um mero consumidor passivo de informação (Web 1.0), passando a ser um agente activo e pró-activo, produtor e disseminador de conteúdos. No entanto, a internet foi invadida pelos ambientes virtuais com a inclusão dos avatares, interacção 3D, co-criação e partilha de objectos, elevando assim a comunicação para outro nível. Assim, com a revolução da Web 3.0, podemos ter partilha, colaboração e comunicação em tempo real.

O Second Life (SL) é uma das ferramentas da nova geração, possuindo uma plataforma virtual 3D, criada em 2002 pela Linden Labs. Esta ferramenta, permite ao utilizador entrar num mundo completamente virtualizado, existindo a possibilidade de criar personagens (avatares), interagir com outros avatares, construir, trocar e comprar objectos, adquirir terrenos virtuais, entre outras. Especialmente, e à imagem das restantes ferramentas da Web 2.0, é uma plataforma que se potencia através da presença e criatividade dos seus utilizadores, isto é, o SL possibilita que cada um dos participantes possa criar o seu próprio mundo. É então neste cenário, que temos à nossa disposição um espaço multimodal de aprendizagem, construção, comunicação, partilha e colaboração. O SL poderá ser um dos melhores exemplos da “web colaborativa em tempo real”, tornando-se assim num verdadeiro ambiente virtual multi-utilizador (MUVE – Multi-User Virtual Environment) – Web 3.0.

São estes MUVE que transformaram a passagem das vozes sem rosto da Web 2.0, para a “humanização” (através do avatar) no espaço virtual da agora Web 3.0. Alguns autores defendem que estes ambientes, são um recurso pedagógico ideal, sobretudo porque, se olharmos para a nova geração de utilizadores “tanto a vida real como a virtual fazem parte das suas vidas, não existindo diferenças de uma em relação à outra”. Portanto, temos de “desaprender as maneiras antigas de pensar, não caíndo no facilitismo de recriar modelos pré-existentes de educação”. Por exemplo, se pretendemos fazer catequese, para quê criar uma classe virtual com secretárias, mesas e quadro no SL, quando pudemos criar todo um cenário interactivo onde todos podem interagir?

Concluíndo, as novas metodologias educativas para a educação passam pela criação de conteúdos em ambientes virtuais, que transmitam aos educandos sentimentos de confiança, relevância, talento, desafio, imersão e paixão.

Fernando Cassola Marques

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