Durban: Mundial é uma festa e um orgulho

Emigrantes confessam surpresa com o ambiente vivido na cidade sul-africana que acolhe o jogo da selecção portuguesa contra o Brasil

O Mundial de Futebol na África do Sul está a ser vivido com orgulho pelo país organizador e também pelos emigrantes portugueses que há muitos anos ali residem.

José Carvalho e a sua família vivem em Durban desde 1974 e não escondem a alegria pela forma como o evento tem estado a decorrer, num ambiente “muito positivo”.

Em declarações à ECCLESIA, o emigrante português admite mesmo que nunca pensou que “isto tudo fosse uma festa, mais do que uma competição”.

“Cheguei a ir ver um jogo, Holanda–Japão, em que apesar da derrota, os adeptos japoneses celebravam com os holandeses”, relata.

Com mais de três décadas de vida na África do Sul, José Carvalho recorda o bom acolhimento que recebeu e a barreira da língua, minimizada pela hospitalidade e pelo carinho das pessoas.

Em Durban são visíveis os sinais da forte ligação histórica com Portugal, como por exemplo uma estátua de homenagem a Bartolomeu Dias, navegador que circundou o Cabo da Boa Esperança em 1488.

Depois foi a vez de Vasco da Gama aportar na região, a 25 de Dezembro de 1497, dando-lhe o nome de Rio de Natal. O nome pelo qual a cidade é hoje conhecida só foi atribuído em 1835.

Uma ligação histórica e humana que ainda encontra eco junto dos jovens luso-descendentes. José Carvalho salienta que os seus quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas, “apesar de já não pensarem em regressar a Portugal, ainda mantêm uma forte ligação com o país”.

Ligação essa que se nota, por exemplo, no entusiasmo com que acompanham a selecção, que se transmite também para os sul-africanos.

“O meu genro, sul-africano, apesar de ser mais inclinado para o râguebi, só o facto de ter a ligação com a minha filha faz com que vá ver os jogos de Portugal, num clima de grande entusiasmo”, relata.

Portugal joga Sexta-feira contra o Brasil o seu último jogo da fase de grupos do Mundial de Futebol, encontro que está a ser aguardado com grande expectativa pela comunidade portuguesa local.

“O jogo é um tema que domina todas as conversas, não só dos portugueses”, afirma, descrevendo a ansiedade das pessoas, no trabalho e nas ruas, “onde só se vêem bandeiras de Portugal e do Brasil à venda”, diz José Carvalho.

Os bilhetes para a partida há muito que estão esgotados. “Foi mesmo o primeiro jogo do mundial a ficar sem bilhetes, o que quer dizer muito”, assinala.

A goleada frente à Coreia do Norte abriu os horizontes da esperança num bom resultado. “Foi como desapertar o laço que prendia os jogadores, jogaram livres, sem pressão e tiveram um rendimento maior”, atira José Carvalho, considerando ainda que caso Portugal mantenha esta táctica, poderá ser campeão do mundo.

Durban poderá ser a cidade talismã para a selecção das quinas, a julgar pelo apoio que Portugal vai ter na Sexta-feira. De acordo com o presidente do Clube Português de Durban, deverão assistir à partida, no Estádio Moses Mabhida, mais de 30 mil portugueses.

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Agência ECCLESIA

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