Organismo acompanha preocupação da Igreja Católica e está disponível para debater soluções
Porto, 19 set 2014 (Ecclesia) – O presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) abordou hoje a situação dos pequenos e médios viticultores na região, classificada pelos sacerdotes da região demarcada como extremamente difícil.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Manuel de Novaes Cabral sublinhou que a preocupação manifestada pelos responsáveis católicos “é manifestamente também uma preocupação” do IVDP e do “Ministério do Ministério da Agricultura”.
O que está em causa é sobretudo a necessidade de “encontrar formas para distribuir melhor os rendimentos” que são gerados através daquela atividade, de modo a que todos os que ali trabalham “encontrem o seu espaço e sejam devidamente remunerados relativamente ao que é o seu esforço”.
“É evidente que existem situações que têm de ser resolvidas como situações particulares mas temos é de encontrar uma equação que nos permita olhar de forma equitativa para a distribuição do rendimento na região”, sustenta Manuel de Novaes Cabral.
O presidente do IVDP realça a abertura do organismo à possibilidade dos sacerdotes que servem as populações do Douro “apresentarem as soluções” que considerem mais adequadas.
“A postura do IVDP é sempre de abertura e de diálogo para ouvir e tentar resolver, dentro das possibilidades, todas as preocupações, das pessoas e entidades relevantes da região. Quando se aponta o dedo, quando se denunciam um conjunto de situações é necessário ter a capacidade de encontrar e apresentar soluções”, complementa aquele responsável.
Num comunicado divulgado na última quarta-feira, os párocos da região pastoral do Douro I, que abrange os concelhos de Mesão Frio, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião, referem que atualmente “existem casos” de produtores “em que o resultado da colheita não dá para as despesas da vindima”.
Chamam ainda a atenção para o desequilíbrio de forças que existe atualmente entre os produtores mais pequenos e as “grandes empresas de comercialização”.
Manuel de Novaes Cabral destaca que zelar pela subsistência de todos os que fazem da região demarcada do Douro o seu meio de subsistência será também essencial para a “preservação da paisagem” local, que devido às suas caraterísticas é atualmente Património Mundial.
Uma classificação “que é muito importante para a criação de riqueza e para outras atividades, nomeadamente através do turismo, crescente no Douro”, recorda o presidente do IVDP.
Atualmente, a região demarcada do Douro é composta por cerca de 44 mil hectares, divididos por perto de 25 mil viticultores.
De acordo com os dados do IVDP, a maior parte da propriedade do Douro está dividida em pequenas parcelas e apenas algumas centenas de produtores têm terrenos com mais de 15 hectares de vinha.
JCP