O objectivo do Lar de S. Francisco, em Bragança, é que as crianças e jovens que acolhe sejam capazes de construir um futuro feliz
Em Bragança, o Lar de S. Francisco acolhe raparigas a quem faltou a segurança e o conforto de uma família. As Irmãs Doroteias, responsáveis pela instituição, procuram criar condições para que as crianças e jovens se autonomizem com vista à integração na sociedade e, sempre que possível, regressem às suas casas de origem.
Para a Ir. Eduarda Siza Vieira, companheira e «mãe» das raparigas, o programa da casa que dirige é muito simples: "Nós aqui não fazemos grandes coisas; é estarmos, criarmos família, sermos próximas e dar atenção às mais necessitadas", para que todas sejam capazes de "construir um futuro feliz".
As raparigas, que são enviadas pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, repartem os dias nos trabalhos manuais, na música, no canto e nos bordados, desenvolvendo a concentração, a destreza e o sentido artístico. Os trabalhos são periodicamente mostrados à comunidade local, que além de poder apreciar o talento das jovens e os resultados da formação ministrada, tem a oportunidade de comprar algumas das peças expostas.
As Irmãs Doroteias contam com o apoio de uma assistente social e de uma psicóloga, bem como de várias monitoras que colaboram nas actividades proporcionadas pelos meios que o Lar coloca à disposição das raparigas: biblioteca, computadores, jogos, material para trabalhos manuais, entre outros.
Todas as crianças e jovens frequentam estabelecimentos de ensino, desde o nível básico ao superior. O estudo é uma actividade obrigatória, que apesar de nem sempre ser fácil de aceitar, contribui para a futura inserção das raparigas na sociedade.
O percurso educativo é envolvido pela espiritualidade das Irmãs Doroteias, que nunca esquecem os motivos que levaram as crianças e as jovens à instituição. A Ir. Casimira Marques explica que elas "precisam muito de carinho, de amor, de atenção, e é o que nós procuramos dar-lhes. Procuramos aconchegá-las e sermos a sua família".
O Lar de S. Francisco está integrado na paróquia de Santo Condestável, uma das zonas mais problemáticas da cidade de Bragança. A comunidade cristã procura responder às carências da população, que em parte reside em habitações sociais.
Para o Pe. Calado Rodrigues, que dirige o centro social, a presença e a acção das Doroteias não se esgota no acolhimento às raparigas: "Para além desse trabalho extraordinário no Lar de S. Francisco", as irmãs têm uma colaboração muito importante em diversos serviços da paróquia, nomeadamente na coordenação da catequese, na liturgia e na assistência aos doentes.