Dominicanos: Mensagem cristã mantém-se atual

Responsável máximo da ordem religiosa passou por Portugal

Lisboa, 15 jan 2013 (Ecclesia) – O mestre geral dos Dominicanos, frei Bruno Cadoré, que visitou Portugal no início deste ano, disse que a mensagem que a ordem religiosa quer transmitir continua atual, em particular num momento de crise económica.

“A pobreza que esmaga as pessoas é um escândalo, e tem de ser denunciada. A pobreza que impede o reconhecimento da dignidade da pessoa, de um povo, de um grupo de pessoas, é um escândalo”, disse o religioso francês, em declarações que são hoje transmitidas no Programa ECCLESIA (RTP2, 18h00).

“A pobreza material, a pobreza que exclui, que humilha, que marginaliza, que suprime a voz, não é positiva. É preciso lutar contra essa pobreza”, acrescenta.

Segundo este responsável, a Igreja Católica “não anuncia valores”, nem “um sistema de valores”, mas uma pessoa, “a pessoa de Cristo”.

Frei Bruno Cadoré sublinha a importância de apresentar Jesus como “um amigo”, algo que diz fazer parte do perfil dos Dominicanos, a Ordem dos Pregadores.

“A ordem foi fundada para a evangelização, para fazer com que o Evangelho seja uma Boa Nova, para o dar a conhecer como uma Boa Nova. Foi fundada para o fazer através de um sinal especial: o sinal da amizade com o mundo, com as pessoas, e isso parece-me muito atual”, destaca o responsável máximo pelo instituto religioso, a nível internacional.

O mestre geral contraria as visões de quem apresenta o mundo como “apenas fútil e superficial”, destacando que é também “muito criativo”.

“É um mundo onde podemos trabalhar com a inteligência humana, com a criatividade humana para tentar construir o seu mundo, um mundo em comum”, precisa.

O frei Cadoré fala dos religiosos em Portugal como “uma província com uma grande história”, que hoje é pequena: “Tem três conventos, uma casa, 30 frades que vivem juntos, testemunhando a vida evangélica em vida fraterna”.

O mais importante para mim é ver frades orantes, não apenas os frades, porque a família dominicana é muito presente em Portugal, também hoje: as irmãs, os leigos dominicanos.

“Quando se fala da Ordem dos Pregadores, é preciso falar do conjunto da família de São Domingos, que é mais numerosa do que apenas os frades”, advertiu.

Já o frei José Nunes, provincial da Ordem dos Pregadores em Portugal, destaca a importância destes contactos: “É verdade que aprendemos muita coisa quando o mestre da ordem vem, ou quando temos encontros internacionais em que nos apercebemos como é que os Dominicanos noutros lugares fazem a pregação”.

O sacerdote dá como exemplo uma capelania universitária da Bélgica onde “grande parte da pregação é num pub, num bar”.

Projetando o futuro, este responsável diz que a ordem religiosa “tem uma opção importante: fazer sobretudo a pregação a pessoas adultas, fundamentada na Bíblia, na Teologia, e muito em diálogo com a Cultura”.

Os Dominicanos têm como fundador São Domingos de Gusmão que nasceu em Caleruega (Espanha) em 1170 e faleceu em Bolonha, Itália, em 1221.

PTE/OC

 

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Agência ECCLESIA

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