População mais pobre é mais vulnerável à doença A Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau (APARF) comemora 20 anos de ajuda aos doentes de Hansen, mais conhecida por doença da lepra. Este fim de semana em Fátima, viveram o seu VII encontro, “com vista a institui-lo para uma periodicidade bienal” afirma à Agência ECCLESIA o vice-presidente da Associação, João Ferreira. Não sendo considerada uma doença que constitua uma perigo de saúde pública, João Ferreira dá conta de que em Portugal existem cerca 1000 casos, “com incidência na população pobre com carências de higiene e alimentação”, causas directas da doenças, refere. Por isso, o campo de trabalho desta associação incide no acompanhamento psicológico tanto dos doentes, como dos seus familiares, prestação de informações, “vamos muitas vezes a escolas para acções de formação” refere, mas também prestam ajuda material e financeira a famílias carenciadas. “Começamos por fazer um diagnóstico das situações que nos são relatadas para podermos suprir as necessidades”, relata João Ferreira, explicando que já ofereceram duas casas a famílias pobres e têm neste momento um projecto de cuidados continuados em que “ prestam ajudam ao nível alimentar, de vestuário e transportes a várias famílias”, tudo com base no apoio financeiro por parte de “sócios, amigos e colaboradores” afirma. O fundador desta associação, Raoul Follereau, tinha como lema “Aos doentes tratai-os e aos sãos tirai-lhes o medo”, pois segundo conta o vice-presidente da APARF, esta é “a única doença que em que o doente fica com o estigma depois de tratado” afirma, sendo por isso necessário dar mais informação às pessoas. O VII encontro decorrido nos dias 4 e 5 de Novembro, “com uma grande participação” teve então como objectivo reflectir nas problemáticas da doença, contando com diversos testemunhos quer de profissionais da saúde, quer de vários voluntários que por períodos de um ou dois anos estiveram em Moçambique envolvidos em projectos da APARF.
