Doente que pedia eutanásia na Itália foi ajudado a morrer

Piergiorgio Welby, um italiano que sofria há 30 anos de distrofia muscular e reivindicava a suspensão do tratamento que o mantinha vivo, faleceu na noite passada. Mario Riccio, médico anestesista, já confessou tê-lo ajudado a morrer. O caso de Welby – cuja vida dependia desde 1997 de um respirador artificial e era alimentado por uma sonda – gerou um amplo debate sobre a eutanásia em Itália. Welby, 60 anos, recorreu aos tribunais para que os médicos lhe suspendessem a respiração assistida após sedação terapêutica, mas uma juíza do Tribunal Civil de Roma, Ângela Salvio, considerou que se tratava de “um direito não tutelado concretamente no ordenamento jurídico”. Em Setembro passado, Piergiorgio Welby enviou uma videomensagem ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, em que mostrava as suas condições e pedia o direito a decidir livremente morrer. O Cardeal Javier Lozano Barragan, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, disse a respeito deste caso que se médicos decidissem que os aparelhos estavam a prolongar inutilmente a vida de Welby (o chamado encarniçamento terapêutico), o desligamento dos equipamentos não seria considerado eutanásia. “Os médicos devem dizer se as máquinas que o ajudam a respirar são inúteis e se prolongam um sofrimento desnecessário diante da morte iminente. Se a resposta for positiva, as máquinas poderão ser desligadas”, disse há poucos dias.

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