Um lote de cartas de D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu, e um dos grandes humanistas portugueses, é um exemplo dos raros documentos, no conteúdo nacional, que o Museu Grão Vasco tem em exposição até Fevereiro. Esta colecção de cartas é pertença do Arquivo do Museu Grão Vasco e marca presença numa exposição de 90 documentos colocados em seis vitrinas de duas faces patente no Museu Grão Vasco até 17 de Fevereiro. “Monumentos de Escrita” tem como denominador comum a Sé e a cidade de Viseu, entre os séculos XIII e XVII, e é composta por dois programas narrativos: um dedicado à Memória da Escrita e o outro à Escrita da Memória. O comissário científico da exposição, Anísio Saraiva, frisou que “esta é a primeira vez que uma exposição deste género utiliza o multimédia, de forma a criar interactividade e tornando documentação antiga acessível ao público não especializado”. O documento mais antigo deste acervo “tem data de 1230 e é um pergaminho em latim, com escrita gótica cursiva inicial”. Anísio Saraiva referiu que se trata de um documento com mais de 800 anos, em que o Bispo D. Gil e o Cabido de Viseu fazem acordo com a Ordem do Templo sobre os direitos eclesiásticos da Igreja de Santiago de Trancoso. Está ainda exposto o Códice, composto pelas leituras do Evangelho, “o único exemplar existente em Portugal que tem as suas capas ainda lavradas”. “Trata-se de um objecto raríssimo, que pela primeira vez é disponibilizado na íntegra em exposição e em que podem folhear-se todas as suas iluminuras num painel digital”, referiu o comissário desta mostra. Redacção/Lusa