Migrantes Africanos na Europa e na Igreja – Uma responsabilidade Pastoral Recomendações A complexa situação de numerosos migrantes africanos nos leva a fazer as seguintes recomendações: O papel profético da Igreja 1.A Igreja Católica na Europa deve exprimir-se com perseverança como referente moral e dirigir um apelo explícito aos governos nacionais, aos actores políticos europeus e às instâncias intergovernamentais em defesa do respeito incondicional e universal da dignidade humana dos migrantes. 2.Neste esforço, a Igreja defende uma visão essencialmente positiva do fenómeno migratório, abrindo caminho para um encontro entre culturas diversas através de um intercâmbio positivo. 3.Fazer sentir a sua própria voz no campo político deve fazer parte do raio de acção pastoral da Igreja. A este nível, encorajamos para uma cooperação ecuménica, como nos recordou a Assembleia Ecuménica de Sibiu em 2007. Participação na Igreja e na Sociedade 4.A Igreja deve encorajar os católicos africanos, homens e mulheres, para uma participação activa e uma assunção de responsabilidades nas instâncias da Igreja, reconhecendo a sua identidade e valorizando as suas competências. 5.À luz da Instrução Erga Migrati Caritas Christi (71), a tomada de consciência da necessidade de uma pastoral para os migrantes deve traduzir-se na formação dos operadores pastorais. É urgente aprofundar a análise da presença dos migrantes nas nossas sociedade e incluir o estudo do fenómeno migratório no programa dos institutos de formação. 6.Recorrendo a uma pedagogia pastoral adaptada, nas paróquias, o trabalho de sensibilização deve assegurar uma abertura mental face aos migrantes e refugiados. 7.A diversidade cultural constitui um estímulo e um enriquecimento para a Igreja. O encontro das culturas africanas pode contribuir para a redescoberta dos valores fundamentais na vida social e eclesial com vista à valorização de relações interpessoais. Contributo ao bem comum 8.A migração constitui um apelo autêntico à caridade do Evangelho, o qual se traduz no acolhimento e na solidariedade, sem interferir nos direitos de cada um, na busca do bem comum. 9.Apelamos às Conferências Episcopais dos países de origem, de trânsito e de destino dos migrantes, para desenvolverem sinergias estratégicas, como foi recomendado no documento final do encontro de Nairobi de 2-5 de Junho de 2008: “Para uma melhor pastoral dos migrantes e refugiados em África na aurora do terceiro milénio”, a fim de desenvolver parcerias equalitárias. 10.Para irradicar as causas parciais da migração, devemos empenhar-nos em formas de parceria com os migrantes que favoreçam o desenvolvimento duradouro de condições de vida digna nos países de origem.