DNPJ: «Saiam da bolha», diz presidente do Conselho Nacional da Juventude aos jovens católicos

Departamento Nacional da Pastoral Juvenil promove reunião com representantes de estruturas eclesiais de todo o país para trabalhar num «quadro de referência» para Portugal

Foto José Ferreira/JMJ Lisboa 2023, DND em Coimbra

Braga, 23 mai 2025 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Nacional de Juventude (CNJ) desafiou hoje os jovens católicos a sair da bolha e ir ao encontro de todos os que afirmam diferentes “princípios e valores”.

“O principal desafio que vou lançar é que saiam desta bolha. Assumamos o risco e o desafio de irmos lá para fora, vermos como é que os outros pensam, descobrir porque é que não concordam com os nossos princípios e valores, ou porque é que não se regem para esses mesmos princípios, e ver o que é que é possível fazer diferente junto deles”, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA.

André Cardoso, que pertence aos Corpo Nacional de Escutas e é presidente do Conselho Nacional da Juventude, órgão do Estado que representa todos os jovens e todas as juventudes, participou hoje no Conselho Nacional da Pastoral Juvenil, da Conferência Episcopal Portuguesa, que reúne em Braga representantes dos serviços diocesanos, movimentos, institutos, congregações e associações juvenis, líderes juvenis todo o país para definir uma estratégia nacional para a presença da Igreja Católica junto dos jovens.

“Nós não caímos em radicalismos, em extremismos, e levámos, de certa forma, uma mensagem de fraternidade, de solidariedade, que nos acompanha ao longo dos séculos, e portanto temos esta importância no meio da sociedade”, considera o presidente do CNJ.

André Cardoso alerta para a importância dos jovens, nomeadamente os jovens cristãos católicos, participarem na “construção de um Portugal melhor”, fazendo parte da definição de “políticas públicas” para Portugal.

“Aquilo que eu pretendo hoje é deixar uma palavra de esperança e que nós somos parte: se nos deixarmos ficar à margem, o palco será ocupado por outro tipo de pessoas e nós. Tendo a nossa vida voltada e orientada por certos princípios e valores, não nos podemos deixar na  margem. Temos é que assumir o protagonismo para que haja uma efetiva renovação de pessoas, que é sempre positivo, e que nós, jovens, possamos dar o contributo para o Portugal e o mundo que precisamos”, apontou.

O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil, promovido pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), decorre esta sexta-feira e sábado, em Braga e, para além de comunicações sobre uma proposta de “quadro de referência” para a Pastoral Juvenil em Portugal, da prevenção de casos de abuso sexual no contexto da Igreja Católica e do processo sinodal em desenvolvimento, vai auscultar 25 jovens sobre a presença da Igreja junto dos jovens.

Foto Bárbara Vitória, Pedro Carvalho, diretor do DNPJ

“Costumo dizer que os jovens são o presente-futuro, ou são o futuro no presente. Temos de começar a fazer já, agir já, é agora. Não podemos deixar passar mais tempo sem escutar os jovens. Uma das novidades desse Conselho Nacional é precisamente isto: cerca de 25 jovens de todo o país vão ajudar-nos a refletir o que queremos do futuro, na Igreja, e vão estar em um diálogo estruturado e depois vão apresentar, amanhã, as suas conclusões”, afirmou o responsável do DNPJ.

Pedro Carvalho valorizou a escuta em curso de todos os responsáveis da Pastoral Juvenil e dos jovens para a definição de um “quadro de referência” nacional para a presença da Igreja junto dos jovens, que está em discussão em diferentes etapas, até ser implementado.

“É um processo estruturado, é um processo de participação e que todos vejamos que somos úteis para pensarmos o futuro da Pastoral Juvenil e que haja um quadro de referência onde estejamos ou queiramos estar todos na mesma página e que nos ajudem no nosso trabalho, afirmou Pedro Carvalho à Agência ECCLESIA.

Para D. Nuno Almeida, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, que acompanha as atividades a pastoral dos jovens, congratulou-se com a realização do Conselho Nacional da Pastoral Juvenil, nomeadamente pela promoção da auscultação juntos dos jovens em ordem à elaboração de um quadro de referência.

“Um Conselho Nacional é precisamente um momento, uma experiência sinodal, de escuta, para chegarmos a algumas decisões, concretamente sobre este quadro de referência para a Pastoral dos Jovens, que está em fase muito adiantada e que vai certamente dar fruto depois na Pastoral Juvenil”, afirmou o bispo de Bragança-Miranda, que preside à Comissão Episcopal Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa.

O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil, que termina este sábado, em Braga, valorizou as referências permanentes à experiência da Jornada Mundial da Juventude, que decorreu em Portugal, em agosto de 2023, e deu passos na preparação do Jubileu dos Jovens, que vai decorrer no verão deste ano, em Roma, contando com a participação de Portugal.

CB/PR

Partilhar:
Scroll to Top