Discurso missionário está em mudança

Superior Geral dos Combonianos fala sobre as novas frentes de missão que a Igreja enfrenta

O Pe. Enrique Sánchez González, Superior Geral dos Combonianos, considera que o discurso missionário da Igreja Católica está em mudança, face às novas frentes da missão que têm de ser enfrentadas.

“O discurso missionário faz-se menos hoje sobre o ensinar, o levar, insistindo mais em descobrir junto com os outros a presença de Deus que fez caminho, com qualquer cultura, com qualquer povo”, indica o sacerdote mexicano à ECCLESIA.

“Mais do que levar normas, regras de vida e de comportamento, impor algo, a missão faz-nos muito mais sensíveis ao entrar na história da humanidade e descobrir Deus, ali”, acrescenta.

Um novo conceito de missão, que implica deixar de parte a ideia de que se vai levar a outros algo que se tem e se sabe.

“Hoje em dia, a missão está a abandonar o esquema, onde o missionário é o protagonista, porque ele leva algo e aprende, dá e recebe”, sublinha.

[[v,d,1359,Superior geral dos Missionários Combonianos]]Neste contexto, a própria imagem da missão como “ir a terras longínquas entra em crise”, dada a necessidade de “anunciar o Evangelho em sociedades que se confessam cristãos desde há 2000 anos”.

“As frentes da missão são a humanidade inteira, onde quer que haja um ser humano que necessite do anúncio do Evangelho”, refere o Enrique Sánchez.

Por isso, defende que na Igreja a missão não é uma responsabilidade de uns quantos “profissionais”, mas de “todos os baptizados”.

O Pe Enrique Sánchez nasceu em Guadalajara (México), a 27 de Janeiro de 1958. Feita a formação comboniana no México e em Paris, foi missionário na República Democrática do Congo e Superior Provincial dos Combonianos no México e na Costa Rica.

É o primeiro latino-americano a guiar o Instituto dos Missionários Combonianos: foi eleito Superior Geral no XVII Capítulo Geral do Instituto, em Roma, a 21 de Outubro de 2009. A visita oficial a Portugal foi a sua primeira enquanto Geral dos Combonianos

Líder de uma Congregação missionária, o Pe. Enrique Sánchez observa com naturalidade a criação de um Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, por parte de Bento XVI, considerando que o mesmo resulta “da análise que o Papa está a fazer” de uma realidade marcada por “fenómenos de descristianização”.

Nesse contexto, “onde o Evangelho não tem o impacto que tinha noutro tempo, surge a questão de como anunciar de novo a Boa Nova a esta sociedade”.

A Europa, assinala, precisa de “uma sacudidela, para que tome consciência de que o mundo precisa deste testemunho” cristão, mas esta proposta missionária de Bento XVI “é para toda a Igreja, para toda a humanidade”.

Os Missionários Combonianos estão presentes no nosso país desde 1947 e contam com seis comunidades em Portugal, reunindo mais de quatro dezenas de missionários, que se dedicam em particular à animação missionária das comunidades cristãs, particularmente dos jovens, e ao fomento e formação das vocações missionárias. Em Lisboa, editam e publicam as revistas “Além-Mar” e “Audácia”.

Os Combonianos são uma Congregação missionária internacional, fundada em Verona (Itália) por São Daniel Comboni, que conta com 1687 membros, a trabalhar na Europa, África, Américas e Ásia. Os Combonianos portugueses são 93, dos quais 51 em missão fora de Portugal e 42 a trabalhar no nosso país.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top