I Congresso Nacional da Escola Católica Ao iniciarmos o I Congresso Nacional da Escola Católica, quero apresentar as boas-vindas a todos os participantes. Quero também agradecer ao Senhor D. Manuel Pelino por ter acolhido o nosso convite para presidir a este Congresso na sua qualidade de Presidente da Comissão Episcopal para a Educação Cristã. A sua presença realça a importância que esta Assembleia Magna tem para a Igreja e sua missão educadora, em Portugal. Foi intenção da Comissão Organizadora do Congresso pautar os seus trabalhos pelos seguintes princípios: 1 – O Congresso é uma expressão eclesial – Procuramos, por isso, que ele exprimisse, na forma e no espírito, a Igreja a que nos orgulhamos de pertencer. Assim, os trabalhos de montagem do Congresso só começaram depois de a Conferência Episcopal Portuguesa, na sua Assembleia de Maio de 2002, o ter incluído no plano das suas acções a desenvolver no ano de 2003. Os trabalhos de preparação do Congresso foram sempre acompanhados pelo Secretariado Nacional de Educação Cristã, que nos prestou apoio de va1or muito relevante. Foram posteriormente convidados a participar todos os bispos, superiores das ordens e congregações religiosas e leigos com especiais responsabilidades na área da educação, em Portugal. Fizemos a maior parte elas nossas reuniões ele reflexão e programação deste Congresso, aqui, em Fátima, tendo presente, sempre, a consciência de que em vão se constrói a casa, se Deus não estiver com aquele que a constrói. Este trabalho de organização do Congresso está alicerçado nesta fé. 2 – O Congresso deve exprimir a grande riqueza da variedade dos Carismas que prestam este servico evangélico de educar. – Por isso, foi sempre nossa intenção que, ao nível dos comunicadores, estivessem presentes bispos, padres, religiosos e religiosas e leigos. E, dentre os religiosos, que estivessem presentes, a este nível, o maior número possível de intervenientes. 3 – O Congresso deve ser nacional, , isto é, deve poder ser, ao nível da nação portuguesa, uma real manifestação. De facto, ela acontece. Somos aqui um povo que vem do norte e do sul, do campo e da cidade, do continente e das ilhas. Somos de muitas escolas, de muitas famílias, de muitas instituições ligadas à educação. Somos verdadeiramente Portugal. 4 . O Congresso deve ser_uma afirmação da vitalidade e esperança na Escola Católica – Por isso, procuramos que todo o ambiente do Congresso fosse de grande participação e alegria. Proporcionamos vários tempos e modalidades de intervenção: o tempo dos conferencistas, o tempo dos comentadores e o tempo dos participantes. E também o tempo da oração e o tempo das canções que farão constantemente o fundo e horizonte dos nossos trabalhos. 5 – Por fim, quisemos que este Conpresso fosse também expressão da implantação universal da Escola Católica. Temos presentes, neste Congresso, o Secretário Geral da OIEC, o P. Angel Astorgano; o Delegado do Comité Europeu da Educação Católica junto do Conselho da Europa, o P. Gilbert Caffin; ainda o Secretário do Comité Europeu da Escola Católica, Dr. Etienne Verhack; e o Representante da Federação Espanhola de Religiosos na Educação (FERE), P. Ange1 Miranda. A vós, irmãos nossos, o nosso muito obrigado pela vossa presença e participação. Meus Senhores e minhas Senhoras, Estes os objectivos operacionais que nos propusemos alcançar. Quero, se me permitem, falar ainda dos grandes objectivos deste Congresso. Já foram suficientemente divulgados e encontram-se no Boletim da APEC, na nossa pasta de Congressista. Além do quanto lá está referido, apenas quero acrescentar três pensamentos: 1 – A consciência social está invadida por uma profunda. crise de valores que se diluíram no subjectivismo e relativismo moral. Esta consciência social invadida retira aos jovens segurança, alegria, sentido da vida e esperança; 2 – As virtiginosas mudanças estruturais, inovações técnicas e globalização da economia têm incidência sobre a vida do homem em qualquer parte do mundo; 3 – Na sociedade actual procura-se, em educação, um menor dominador comum entre valores, o que resulta em propostas genéricas, que acabam por ofuscar ou mesmo esconder os valores de forte significado. A escola neutra é o deserto sem oásis. Nestas circunstâncias, é este o grande desafio que se coloca à Escola Católica: tornar vivo e efectivo o seu projecto educativo inspirado no Evangelho, que, como Jesus, coloca no centro a pessoa, na sua identidade global, transcendental e histórica. Somos convidados a fortalecer a convicção de que o mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no Mistério do Verbo Incarnado. Temos uma proposta. Ela é para nós um desafio a que não podemos deixar de responder, porque o mundo precisa de saber não apenas como vai, mas também porque vai e para onde vai. Permitam-me que formule alguns votos para este Congresso: – Que ele seja uma manifestação de vitalidade, alegria e esperança; – Que ele reforce os nossos laços eclesiais de fraternidade e partilha; – Que ele possa dinamizar-nos, cada vez mais, para a efectiva concretização do nosso projecto educativo; – Que as nossas escolas possam ser reconhecidas como prestadoras de um verdadeiro serviço público, a que tenham acesso todos aqueles que as procuram. Muito obrigado pela vossa atenção. Fátima, 13 de Novembro de 2003, Pe. João Mónica, presidente da APEC